Mulheres denunciam inconstitucionalidade em concurso da PMGO: “somente os homens foram beneficiados”

Candidatas investiram, além do tempo de estudos e preparação física, dinheiro em procedimentos cirúrgicos para estarem aptas a atuar na área

Samuel Leão Samuel Leão -
Mulheres denunciam inconstitucionalidade em concurso da PMGO: “somente os homens foram beneficiados”
Polícia Militar de Goiás. (Foto: Secom)

Mulheres denunciam que o concurso para Soldado Combatente da Polícia Militar de Goiás (PMGO) não foi classificado por nota e desempenho, sendo assim, as posicionando atrás de homens com pontuações menores. Segundo elas, além de não terem sido incluídas no cadastro de reserva, também não foram acionadas para um remanejamento de vagas que foi feito.

Ao Portal 6, algumas das participantes do certame ainda apontaram que, em locais como o Distrito Federal (DF) e o Rio de Janeiro (RJ), os processos seletivos foram revistos para garantir a isonomia.

“Nesse remanejamento somente os homens foram beneficiados, mesmo com várias mulheres possuindo notas superiores. Ou seja, priorizaram a questão do sexo e não do mérito em si”, apontou Naiara Oliveira.

Ela revelou que, em uma nota interpretativa emitida pelo Estado, juntamente com a Procuradoria Geral, foi permitido um remanejamento para suplementar regionais, o qual desconsiderou as candidatas do sexo feminino.

“Diante disso, 46 mulheres com excelentes notas foram eliminadas e inúmeros homens com notas inferiores estão com seus nomes na lista final do concurso, que, inclusive, já foi homologado”, relatou.

As candidatas ainda apontam uma demanda reprimida na corporação, visto que há uma grande taxa de evasão durante o curso de formação e que haveriam vagas excedentes.

“Foram aprovados 1350 candidatos das 1500 vagas ofertadas, sobrando vagas nas regionais do interior e havendo excedentes na regional de Goiânia e outras mais. A manobra para preencher tais cargos beneficiou apenas homens, mesmo nós tendo participado de todas as etapas de seleção”, desabafou Marília Andrade.

Ela revelou também que algumas candidatas investiram, além do tempo de estudos e preparação física, em procedimentos cirúrgicos como cirurgias nos olhos, gastando até R$ 10 mil para se tornarem aptas e, ainda assim, serem desconsideradas pelo chamamento.

Vale ressaltar que em decisões recentes ocorridas no DF e no RJ, o processo foi cancelado e remanejado, para que se aplique a lista de ampla concorrência.

Em Goiás, o pedido já foi formalizado pela Procuradoria-Geral da República e, agora, será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) –  o que poderá trazer alterações ainda para esta edição do concurso.

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