Alteração na legislação faz aumentar procura por bikes elétricas em Goiânia

Ao Portal 6, proprietários de lojas relatam disparada pela procura de transporte com menos exigências para circulação

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Imagem mostra mulher andando com bike elétrica, em Goiânia.
Imagem mostra mulher andando com bike elétrica, em Goiânia. (Foto: Reprodução/ Instagram/ @ionmotorsgo)

O lançamento da nova resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que exige o registro e emplacamento de scooters elétricas e ciclomotores, fez com que os consumidores de Goiânia mudassem de comportamento ao buscar veículos com regras mais flexíveis: bicicletas elétricas.

A preferência pelo modelo é explicada pela ausência de normas, como exigência de uma CNH na categoria A e a não obrigatoriedade de emplacamento, que são cobrados para o uso, por exemplo, de scooters elétricas – que até então seguiam em alta na capital e devem, a partir de agora, aderir às novas diretrizes.

Uma das pessoas que sentiu na pele o aumento na procura pelas bicicletas elétricas foi a proprietária da Íon Motors, Ilara Nathalie.

Ao Portal 6, ela explica que, desde julho, quando a resolução passou a entrar em vigor no Brasil, o estabelecimento, que já vendia o modelo, passou a investir ainda mais no transporte, após notar uma certa migração por parte dos clientes – percebendo aumento de cerca de 50%.

“A gente trouxe bikes com cara de ‘motinha’. O cliente já chega procurando uma scooter que não emplaca, mas aí a gente fala que não tem, mas que tem bikes parecidas com a scooter, que não precisa de emplacamento e eles acabam gostando e levando”, explica.

Quem também sentiu movimento semelhante foi o sócio da empresa Meta E-Motors, Rhuan Freitas Gomes.

De acordo com ele, desde o lançamento da nova resolução, mais clientes buscaram a loja – que vende scooters e bikes elétricas – para comprar as ‘magrelas’  e, assim, fugir das novas regras.

“A bicicleta nunca vai precisar de carteira ou emplacamento. Com a resolução, a gente tentou ir para o plano b e c que são os patinetes e bicicletas e também notamos um aumento na procura”, diz.

Mas, se por um lado a resolução conseguiu impulsionar as vendas de bikes, por outro, o comércio de scooters elétricas sofreu um baque, principalmente nos períodos de julho e agosto.

Segundo Ilara, as diretrizes conseguiram causar um impacto de 50% na comercialização dos modelos, que, até então, seguiam em alta.

“A procura continua, mas a gente tá fechando menos vendas por conta da CNH e do emplacamento. […] As vendas foram bastante impactadas, a gente tem que esperar o consumidor se acostumar com essas mudanças”, explica.

Legislação

No entanto, ela também salienta que muitos clientes ainda seguem perdidos sobre as novas regras e só descobrem as implicações no momento da escolha do veículo.

“Muita gente ainda não sabe [resolução]. Na hora a gente fala, mas a grande maioria dos clientes ainda não sabe. A gente orienta ‘Ah, se você vai tirar sua CNH, leva. Ainda não está sendo fiscalizada nas ruas, mas é obrigatório. Tem gente que quando fica fala ‘ah então não quero nem scooter nem moto, quero a bike’ “, afirma.

Embora vivida, a situação não é unânime e ocorreu de maneira diferente na loja de Rhuan. De acordo com ele, o impacto nas vendas das scooters foi vivido apenas em agosto, um mês após a aplicação da nova resolução, o que gerou um déficit de 20 %.

No entanto, o empresário afirma que, após o período, a procura por scooters voltou a aumentar na loja, e que eles preveem uma entrada com saldo verde para o próximo ano.

De acordo com ele, a procura se deve ao prazo estipulado pela resolução para o cumprimento das diretrizes, que vai até 31 de dezembro de 2025.

“Esse prazo bem longo, de quase três anos, fez com que voltasse ao normal as vendas. As scooters dispararam de novo. Acredito que os clientes estão vendo como funciona [a resolução] e que não é assim tão urgente”, alegou.

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