Alerta para trabalhadores que estão completando 5 anos de CLT e querem sacar o Abono Salarial na Caixa

Problema tem causado muita dor de cabeça para beneficiários. Ao Portal 6, advogado explicou como agir

Thiago Alonso Thiago Alonso -
É isso que você precisa saber antes de tirar férias do trabalho
Carteira de Trabalho. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Trabalhadores de todo o Brasil que atuam na modalidade de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) há pelo menos cinco anos e recebem uma remuneração mensal média de até dois salários mínimos, entre outros requisitos, têm direito de receber o Abono Salarial, um benefício do Governo Federal referente ao Programa de Integração Social (PIS).

No entanto, junto ao depósito do valor de R$ 1.412 — referente ao salário mínimo do ano em vigência — muitas pessoas têm relatado ter sofrido um golpe, no qual, na hora do saque, o dinheiro simplesmente não está na conta.

Uma dessas vítimas foi o estudante José Mateus, de 25 anos, relatou ter perdido o benefício após um “problema” envolvendo senhas bancárias.

Segundo ele, ao tentar verificar o aplicativo Caixa Tem, onde o benefício costuma ser aplicado, percebeu que não conseguia acessar a conta dele.

Assim, o jovem se dirigiu até uma agência da Caixa Econômica Federal, onde relatou que queria fazer o saque, mas não conseguia nem mesmo conferir o depósito. Logo, uma profissional da instituição refez o cadastro e verificou que havia sido realizada uma transferência, por meio de um caixa eletrônico, no dia 17 de junho.

“Foi aí que me avisou que era uma suspeita de fraude e que eles iam fazer esse registro de contestação para poder verificar certinho, e depois de uns dez dias eles me falariam se realmente foi fraude”, contou, em entrevista ao Portal 6.

Apesar disso, José explicou que registrou o caso em uma delegacia e tentou refazer os passos para tentar relembrar o que pode ter originado o vazamento dos dados, mas não conseguiu identificar a falha.

“Eu não consegui achar onde foi o meu erro, onde eu posso ter deixado vazar esses dados, pode ter sido a qualquer momento”, frisou.

Fui vítima, e agora?

Apesar de ter sido uma vítima dos criminosos, a atitude do estudante foi correta, conforme avaliou o advogado atuante em Anápolis, Higor Santana.

Segundo ele, assim que for constatada qualquer movimentação suspeita nas contas bancárias, os primeiros passos a serem tomados são registrar a ocorrência junto à autoridade policial, assim como se dirigir até a agência da instituição financeira.

“A entidade bancária irá analisar a contestação, e nos casos em que a fraude for constatada, o valor desviado será ressarcido”, explicou à reportagem.

No entanto, podem ocorrer situações em que o banco recuse a solicitação e a vítima não receba o valor. Nestes casos, o profissional deve resolver o problema junto à Justiça.

“É importante mencionar que os contratos feitos com bancos são protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor. Isso significa que a instituição pode ser responsabilizada por qualquer dano que cause ao cliente, seja um dano moral (como abalo psicológico) ou material (como perdas financeiras)”, concluiu.

Thiago Alonso

Thiago Alonso

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Escreve para o Portal 6 desde fevereiro de 2024.

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