Goiano revela ter fugido do Brasil após contrair dívida de R$ 500 mil com ‘bets’

Jovem afirma ter sido ameaçado de morte após ficar devendo para banca de apostas ilegal

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Imagem ilustrativa de site de apostas. (Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil)

Diante do crescente debate a respeito da regularização das bets (sites de aposta) no Brasil, tem chamado atenção a história de um goiano que teve de sair do país após contrair uma dívida de aproximadamente R$ 500 mil, em decorrência do vício.

Em reportagem veiculada pela Folha de S. Paulo, Tiago (nome fictício, a pedido da fonte), de 29 anos, afirmou que começou a se envolver com jogos valendo dinheiro em 2014, ao frequentar salões de pôquer.

Dois anos depois, ele conheceu bancas clandestinas de aposta esportiva, que ofereciam crédito para o apostador.

“Eu comecei apostando R$ 100 e acertei. É como um mosquito que te morde: você ganha uma vez e pensa que vai ganhar de novo”, explicou o jovem.

No entanto, Tiago começou a se endividar com as jogatinas, sendo cobrado pelo operador da banca de apostas, até mesmo recebendo ameaças de morte. Posteriormente, a dívida foi repassada para um policial, que passou a fazer as exigências

Assim, o jovem passou a pedir dinheiro para os pais e amigos, mentindo para eles, na tentativa de recuperar o dinheiro por meio das apostas. Contudo, o buraco ia se tornando cada vez mais fundo.

Diante dessa situação, Tiago precisou revelar a verdade aos familiares, que o ajudaram a sair do país, em 2019, rumo à Itália, onde pediu a dupla cidadania.

Agora, o jovem, que é bacharel em Direito, vive em Londres, trabalhando como motorista de aplicativo.

Quitação das dívidas

À Folha de S. Paulo, Tiago revelou que os pais ajudaram a pagar o dinheiro devido aos amigos. No entanto, a dívida com os intermediadores das apostas não foi paga.

Isso porque, conforme o artigo 814 do Código Civil, os débitos contraídos por causa de jogo ou de aposta não são obrigatórios de pagamento.

Dessa forma, os familiares do jovem acionaram um delegado, que fez uma ligação ao policial que cobrava a dívida, com a mensagem: “deixe ele em paz”, revelou o bacharel em Direito.

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