Ex-servidor teria desviado dinheiro de cidade goiana para comprar mansão e pagar casamento, diz PF
Suspeito é investigado por crimes como fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro
A Polícia Federal foi às ruas para cumprir 16 mandados de busca e apreensão em Goiás e no Distrito Federal, nesta quarta-feira (18), em continuação à investigação iniciada em setembro deste ano visando desarticular uma organização criminosa com atuação em Cidade Ocidental.
Batizada de “Ypervoli”, a operação investiga fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro do município do Entorno do DF. O principal alvo é um ex-pregoeiro e ex-secretário extraordinário da cidade.
Segundo o G1, o investigado, Gabriel Paixão Ribas, teria desviado dinheiro para pagar mansão, viagens e até casamento de luxo em local paradisíaco da Bahia. As suspeitas caíram sobre ele porque, com uma remuneração de R$ 10 mil mensais de salário, nada disso poderia ser adquirido.
Em setembro deste ano, o ex-secretário foi preso e o prefeito Fábio Correa (PP) afastado do cargo, por quase dois meses. Fábio retornou ao mandato em 23 de outubro deste ano por decisão judicial, que revogou também a prisão de Gabriel Paixão, que atuava como secretário municipal extraordinário.
Na primeira fase da operação, os investigadores apontaram que o investigado adquiriu uma casa no valor de R$ 1,6 milhão, “sendo a maior parte destes recursos repassada por empresas contratadas” pelo município, cita o documento judicial.
Ainda de acordo com o G1, nesta nova fase, como justificativa para os mandados, a desembargadora Solange Salgado destacou que há “indicativos de ilicitudes que vão além daquelas tratadas” no começo das investigações, que resultou na prisão do ex-secretário e no afastamento do prefeito.
“Isso porque, essa fase da apuração trata da malversação de recursos públicos envolvendo valores bem maiores do que os identificados no início da investigação, sobretudo os recursos destinados ao transporte escolar e a locação de veículos, mediante aditamentos e superfaturamento de contratos, muitos deles homologados pelos ex-secretários municipais”, destacou a juíza.
Além de Gabriel, são citados nesta fase outros dois ex-secretários. Conforme as investigações, sócios de mais duas empresas estariam envolvidos no esquema.
As suspeitas são que os donos dessas empresas, que tinham contratos com a prefeitura de Cidade Ocidental, pagaram pela aquisição de um imóvel residencial para o ex-pregoeiro em Vicente Pires (DF), além de terem bancado o casamento luxuoso do suspeito, realizado em agosto de 2024, na cidade de Arraial D’Ajuda (BA).
“Os fatos investigados impactam diretamente a execução da política de educação na região do entorno do DF, comprometendo recursos que poderiam ser aplicados na ampliação e melhoria dos serviços educacionais oferecidos à população local em idade escolar”, informou a Controladoria Geral da União.