Prisões, bloqueios de bens e vendas clandestinas: detalhes da operação que investiga Karine Gouveia
Com mais de 70 vítimas, inquérito avança com novas informações sobre as clínicas de estéticas da empresária goiana
Com a segunda fase da Operação Face Oculta, que investiga as clínicas de Karine Gouveia, novos mandados de prisão foram deflagrados contra outros sete funcionários da empresária — se somando aos demais que já haviam sido detidos anteriormente.
O inquérito, comandado pela 1ª Delegacia Regional de Polícia (1ª DRP), revelou que as prisões ocorreram em Goiânia, sendo que uma destas teve como alvo um odontólogo que realizava operações estéticas de forma irregular.
Segundo o delegado Daniel Oliveira, esse profissional aplicava produtos irregulares nos pacientes, que já somam mais de 70 vítimas, que tiveram o rosto deformado pelo uso de produtos inadequados para operações.
“Em Goiânia, foi realizada a prisão de um odontólogo apontado como responsável pelo uso não autorizado de PMMA em várias vítimas”, explicou.
Além dele, outras seis pessoas foram identificadas como participantes de um esquema de distribuição clandestina de medicamentos inadequados para procedimentos estéticos, os quais eram manipulados de forma indevida por profissionais sem a devida habilitação dentro das clínicas.
“O grupo criminoso se utilizava de uma empresa a qual o Poder Judiciário já havia determinado o fim das atividades. No entanto, mesmo após a deflagração da primeira etapa da Operação Face Oculta, a distribuidora de remédios a ela relacionada prosseguiu com suas atividades na internet”, apontou.
Conforme a investigação, a empresa promovia os produtos em redes sociais, comercializando os medicamentos manipulados com receituários falsos, preenchidos pelos próprios funcionários de Karine Gouveia.
Após as solicitações junto a indústrias farmacêuticas, as compras em larga escala eram feitas para revenda a outros estabelecimentos e também para uso próprio nas clínicas da empresária.
Além disso, o Poder Judiciário de Goiás determinou o bloqueio de mais R$ 6,1 milhões pertencentes ao casal e às empresas que eles administravam, se somando aos R$ 2,5 milhões em bens já apreendidos anteriormente, incluindo um helicóptero.
Karine e o marido, PC Siqueira, por sua vez, tiveram as prisões preventivas estendidas por mais 30 dias, apontou a PC.
“Essa desobediência à ordem judicial, uma das principais razões pela qual se solicitou a prorrogação das prisões temporárias de Paulo César Dias Gonçalves e Karine Giselle”, finalizou.