Polícia Civil desmascara plano de coach que forjou próprio sequestro por R$ 200 mil, em Anápolis

Dinheiro foi enviado para uma corretora com sede em Malta, da própria "vítima"

Davi Galvão Davi Galvão -
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Mensagens enviadas do celular do trades pelos supostos sequestradores. (Foto: Divulgação)

As investigações da Polícia Civil sobre o sequestro e extorsão de um coach de criptomoedas em Anápolis apontam que os crimes tenham sido, na verdade, forjados pela suposta vítima para que pudesse movimentar R$ 200 mil em uma corretora com sede em país estrangeiro. Os motivos ainda estão sendo investigados.

O inquérito sobre o caso foi concluído nesta terça-feira (11). Em entrevista ao Portal 6, o delegado Wlisses Valentim explicou mais sobre os detalhes por trás do ocorrido, bem como os próximos passos para a elucidação do caso.

O suposto crime aconteceu há cerca de um ano quando o trader, identificado apenas como D.O.S, afirmou ter sido sequestrado por três homens na Avenida 30, no Residencial Flor do Cerrado.

Ele contou que foi retirado à força do Toyota Corolla e levado encapuzado para uma área de mata. Segundo o relato, os criminosos o obrigaram a transferir aproximadamente R$ 200 mil em criptomoedas antes de libertá-lo em Planalmira, distrito de Abadiânia.

“Durante o suposto sequestro, ele chegou a mandar mensagens para que a esposa fizesse a transferência, mandando a chave aleatória para a conta destino. Porém, como ela estava muito nervosa, não conseguiu fazer. Daí, como ela não conseguiu, ele diz que foi forçado a fazer a transferência por conta própria”, comentou.

A PC ainda não conseguiu confirmar o envolvimento de outras pessoas no crime e, até o momento, não acredita na participação da companheira.

Apuração

As investigações avançaram com o uso de ferramentas de inteligência e depoimentos de testemunhas. O Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro rastreou as transações dos criptoativos e apontou que os valores foram transferidos para uma conta na corretora Binance, empresa com sede em Malta.

 O titular da conta, conforme apuração, era o coach, levantando a suspeita de que ele teria simulado o crime para evitar cobranças de investidores.

“Acreditamos que ele tenha feito isso ou para se esquivar de tributações ou para despistar investidores, mas para isso a gente precisa que as vítimas busquem a PC e façam uma denúncia”, salientou.

Diante das evidências, o coach foi indiciado por comunicação falsa de crime e o inquérito encaminhado à Justiça para as devidas providências.

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