Corpos de equinos que morreram em abatedouro clandestino de Anápolis passam por necrópsia; veja as descobertas

Médica veterinária responsável pelo procedimento detalhou ao Portal 6 quais foram as descobertas feitas no exame

Natália Sezil Natália Sezil -
Corpos de equinos que morreram em abatedouro clandestino de Anápolis passam por necrópsia; veja as descobertas
Cavalos passaram por necrópsia. (Foto: Acervo pessoal)

Dos 40 equinos resgatados do abatedouro clandestino descoberto no último domingo (09), na zona rural do Bairro da Lapa, em Anápolis, dois acabaram morrendo e passaram por necrópsia.

A análise de ambos os corpos aconteceu nesta terça-feira (11), para que fosse averiguado a provável causa da morte e se eles possuíam alguma doença.

O Portal 6 conversou com Elisângela de Albuquerque Sobreira, Médica Veterinária da Prefeitura de Anápolis responsável pelo procedimento, para entender se as preocupações de alguns anapolinos sobre o possível consumo de hambúrgueres feitos de carne de cavalo são válidas.

À reportagem, a profissional contou que os corpos analisados nesta tarde são de uma égua, de 10 anos, e de um burro, de seis anos. A estimativa até então era de que eles tivessem morrido na noite de segunda-feira (10), mas o exame apontou que, provavelmente, o óbito aconteceu ainda durante a tarde.

“Muitas alterações cadavéricas foram feitas após o óbito, o que atrapalhou a necrópsia. Alguns órgãos estavam fora do local, a pele já estava enegrecida. Mas encontramos o bolo alimentar muito ressecado, no estômago, intestino… o que comprova a falta de água na alimentação dos equinos”, explicou.

Com isso, o diagnóstico apontado foi de hipovolemia, causada pela ausência de água no organismo dos animais.

É perigoso consumir carne de cavalo?

Elisângela detalhou que o intervalo de tempo que se passou entre o óbito dos equinos e a realização do procedimento atrapalhou dizer, com certeza, se eles possuíam alguma doença.

“A necrópsia tem que ser realizada em torno de quatro horas após o óbito”, explicou. “Mas, macroscopicamente, não identificamos doença”.

Ela também afirmou que a carne de equinos, em si, não é o problema. O que pode causar zoonoses – infecções animais que são transmissíveis a humanos – é a forma como eles são tratados antes do abate.

E os outros equinos?

A necrópsia desta terça-feira contou com apoio dos acadêmicos de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, em Anápolis, uma vez que Elisângela é docente da disciplina de Patologia.

Quanto aos animais vivos resgatados no abatedouro, quem deve ficar responsável pelos exames são a Perícia Criminal e a Agrodefesa, que analisarão possíveis zoonoses.

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