Município goiano terá de pagar mais de R$ 300 mil em indenização após médico “esquecer” grampos e compressa cirúrgica em paciente

Paciente acabou morrendo um ano após o procedimento, sofrendo intensas dores diariamente

Davi Galvão Davi Galvão -
piracanjuba
(Foto: Divulgação/Prefeitura)

O município de Piracanjuba foi condenado a pagar R$ 300 mil em indenização por danos morais ao viúvo e aos dois filhos de uma mulher que morreu após um erro médico em cirurgia realizada no Hospital Municipal.

O caso ocorreu após o médico responsável esquecer uma compressa cirúrgica de 30 centímetros e grampos metálicos no corpo da paciente durante a retirada da vesícula biliar.

Além dos R$ 300 mil por danos morais, a Justiça determinou o pagamento de R$ 8.518,88 por danos materiais e de uma pensão única aos filhos, que tinham 17 e 6 anos à época, correspondente a dois terços da renda da mãe, desde a data do óbito até que completem 25 anos.

Segundo a advogada Luciana Carla Altoé de Lima Falcão, que representa a família, a paciente sofreu intensas dores por quase um ano, apresentando vômitos, diarreias e prostração. Mesmo retornando diversas vezes ao hospital, recebia apenas medicamentos para dor e era liberada sem a realização de exames.

Só após ser encaminhada para Goiânia, exames detectaram os objetos deixados no corpo. Ela foi submetida a nova cirurgia, mas não resistiu à septicemia, quase um ano depois do procedimento inicial, em decorrência da infecção generalizada.

Na decisão, a juíza destacou que o município não conseguiu afastar o nexo de causalidade entre o procedimento cirúrgico e o óbito, além de demonstrar descaso ao não dar prosseguimento à perícia que havia solicitado.

A magistrada concluiu que o atendimento médico foi falho e displicente, citando inclusive documentos hospitalares emitidos quase um ano depois do procedimento que mencionavam ausência da vesícula biliar.

Ressaltou ainda que, embora a medicina seja uma atividade-meio, isso não autoriza condutas negligentes, falta de ética ou atendimentos precários.

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*Com informações do portal Rota Jurídica

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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