Única a processar terras raras no Brasil, fábrica em Aparecida de Goiânia realiza testes
Agência Nacional de Mineração visitou o espaço e explicou como funciona o processo após a extração

Assunto em grande evidência dentro do debate da mineração e da geopolítica, as terras raras têm surtido interesse em todo o Brasil. E, nesse cenário, uma fábrica em Aparecida de Goiânia se destaca ao ser a única do país a realizar um procedimento essencial.
Que Goiás já é destaque nesse contexto, não é segredo: a única cidade fora da Ásia a produzir quatro elementos essenciais em escala comercial fica no Norte do estado, em Minaçu.
Os minérios que saem dali são destinados à fabricação de ímãs permanentes, usados em veículos elétricos, turbinas eólicas e considerados indispensáveis na revolução da energia verde.
Outras cidades também ganham espaço na extração de terras raras, como Cavalcante, Iporá, Monte Alegre e Nova Roma. É desta última, inclusive, que sai a matéria-prima que será avaliada em Aparecida de Goiânia.
Por enquanto, se trata de uma planta piloto. O espaço recebeu visita da Agência Nacional de Mineração (ANM) na última semana e já realizou os primeiros testes.
Ana Carolina Sales, engenheira de processos, explica que o material chega sob a forma de argila iônica, que possui concentração de cerca de 0,1%. “Após o processamento, obtemos um carbonato com mais de 95% de terras raras”, esclarece.
A concentração de 0,1% significa que é necessária uma tonelada de argila iônica para se produzir um quilo de carbonato de terras raras.
Nesse caso, o objetivo é obter quatro elementos principais (neodímio, praseodímio, disprósio e térbio), que compõem os ímãs permanentes.
Matheus Lima, que é especialista jurídico da empresa responsável pela operação da planta em Goiás, detalha:
“Com a adição dos elementos de terras raras, os imãs passam a suportar temperaturas muito mais elevadas. Isso se reflete em componentes menores e de maior durabilidade, gerando um círculo virtuoso de eficiência energética”.
Além da visita, a ANM aproveitou para esclarecer um dos questionamentos que surgem constantemente em meio à discussão sobre mineração: a construção de barragens.
Assunto que ganhou enfoque especial após os desastres de Mariana (há 10 anos) e Brumadinho (há quase sete anos), as barragens de rejeitos não são necessárias nas operações de Goiás.
Isso por causa das características da argila processada, que não precisa de uso de explosivos nem de trituração, o que não gera resíduos líquidos.
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