Não é dentro do saco, nem na geladeira: o lugar que o pão deve ficar para não endurecer
Armazenamento correto evita ressecamento e mantém a textura por mais tempo

Poucos alimentos acompanham tão de perto a rotina brasileira quanto o pão. Desde o início do século XX, quando as primeiras padarias mecanizadas começaram a se espalhar pelo país, o hábito de buscar o “quentinho da tarde” virou parte da vida urbana.
O consumo parece simples, mas a conservação do pão sempre gerou dúvidas: por que ele endurece tão rápido? E, afinal, qual é o lugar certo para guardar?
O problema tem menos a ver com o clima e mais com química. Sites especializados em ciência alimentar, como o da revista Scientific American, explicam que o endurecimento do pão — conhecido como retrogradação do amido — ocorre quando a umidade interna migra para a superfície e se perde com o tempo.
Isso acontece mesmo sem exposição ao ar, o que explica por que armazená-lo apenas dentro do saco não impede que a textura fique rígida.
Não é dentro do saco, nem na geladeira: o lugar que o pão deve ficar para não endurecer
A geladeira, embora pareça uma solução lógica, é uma das piores escolhas. Segundo o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), o resfriamento acelera exatamente o processo de retrogradação, fazendo o pão endurecer mais rápido do que se estivesse em temperatura ambiente.
É por isso que muitos especialistas afirmam que refrigerar o pão só vale a pena quando a intenção é conservar por vários dias — mas aí ele deve ser congelado, não apenas refrigerado.
A orientação mais equilibrada aparece em guias de consumo publicados pelo site Food Safety Brazil e em recomendações presentes no portal da Embrapa Agroindústria.
Ambos reforçam que o pão deve ser mantido em local fresco, seco e bem ventilado, de preferência em recipientes que permitam leve circulação de ar, como caixas de pão de madeira ou metal. Esses materiais ajudam a preservar a casca crocante e retardam a perda de umidade interna.
Outro ponto ressaltado por especialistas em panificação é que colocar o pão quente em sacos plásticos cria condensação, deixando a casca borrachuda e acelerando o envelhecimento. O ideal é deixá-lo esfriar antes de armazenar.
O congelamento também é amplamente recomendado para quem deseja conservar por mais tempo: basta embrulhar bem, congelar e depois aquecer no forno para recuperar boa parte da textura original.
Seja o clássico pão francês do fim da tarde ou uma baguete artesanal, a regra que a ciência confirma é simples: longe da geladeira, fora do saco fechado e em um espaço arejado, o pão vive mais — e resseca menos.
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