A ilha onde o tempo passa mais devagar que se tornou refúgio perfeito para uma vida de paz
Entre caminhos de água e terra, um modo de viver desafia o ritmo moderno

No coração das montanhas de Guizhou, na China, uma pequena ilha perdida em meio a um lago se transformou no cenário de uma vida que lembra mais um documentário do que o cotidiano real de telas e tecnologias artificiais.
Ali, um agricultor de 62 anos encontrou um ritmo próprio, um lifestyle longe do barulho das cidades e perto do que planta, cria e colhe com as próprias mãos. É nesse pedaço de terra isolado que o tempo parece diminuir a marcha, permitindo que cada gesto diário tenha outro significado.
A ilha, uma das três que surgiram após o aumento do nível da água no reservatório, já foi parte de um vilarejo que nunca se concretizou. A casa de dois andares, construída em 2006 e abandonada por anos, foi tomada pela vegetação até ser redescoberta pelo agricultor, de sobrenome Wu.
Ele limpou o terreno sozinho, reorganizou o solo e transformou aquilo que antes era mato alto em um espaço produtivo, com milharal, horta, ervas medicinais e áreas de criação. O que foi esquecido virou lar, trabalho e propósito.

(Foto: Captura de tela / Youtube)
Hoje, a ilha funciona como um pequeno sistema autossuficiente. Wu cria porcos pretos alimentados com o milho cultivado ali mesmo, além de patos, gansos e galinhas que dividem espaço com parentes que usam outra parte do terreno.
Nos canteiros, ele cultiva batata-doce, feijões de várias cores, pimentas, capim e melancias que colhe com orgulho para consumo e para as raras visitas que, às vezes, chegam remando. Entre as plantações, as ervas medicinais ganham destaque e representam uma renda complementar para a velhice, com espécies como Polygonum multiflorum, aspargos e árvores Huangbai.
A rotina é marcada pela simplicidade e pelo silêncio. Para cozinhar, o agricultor usa um fogão a lenha sempre abastecido pela madeira encontrada na própria ilha. A energia do dia a dia vem de uma pequena lâmpada solar, suficiente para carregar o celular e assistir alguns vídeos à noite.

(Foto: Captura de tela/Youtube)
A travessia até a outra margem do lago é feita apenas com remo, em um barco simples, e varia conforme as necessidades: há semanas em que ele não sai por vários dias seguidos.
Entre água, animais e plantações, Wu encontrou uma forma de viver que contrasta com o ritmo acelerado das cidades onde moram seus filhos.
Na ilha, cada tarefa, cortar capim, colher melancias, cuidar dos porcos ou apenas observar a água, se repete como parte de um ciclo quase meditativo.
O que para muitos seria isolamento, para ele se tornou liberdade. Um laboratório de vida simples onde tudo que importa está ao alcance das mãos e onde o tempo, de fato, passa mais devagar.
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