3 palavras da língua portuguesa que têm plurais diferentes — e uma regra simples
Não se trata de “erro” nem de pura decoreba: existe um padrão por trás disso

É o tipo de detalhe que pega muita gente de surpresa: mão, irmão e pão terminam igual, soam parecidas e parecem seguir a mesma lógica. Só que, quando vão para o plural, cada uma toma um rumo diferente. E é aí que surgem as dúvidas — principalmente na escrita formal, em redações e provas.
A boa notícia é que não se trata de “erro” nem de pura decoreba: existe um padrão por trás disso, reconhecido pela gramática normativa e consolidado pelo uso.
No português, palavras terminadas em -ão podem formar plural de três maneiras principais: -ões, -ães e -ãos. Esse trio explica a maior parte dos casos e ajuda a entender por que algumas palavras, mesmo parecidas, não se comportam do mesmo jeito.
Dentro desse sistema, irmão vira irmãos, seguindo o grupo do plural em -ãos, que aparece em um conjunto mais restrito de substantivos, incluindo vários ligados a relações humanas e religiosas, como cristão → cristãos.
Já pão vira pães, entrando no padrão do plural em -ães, o mesmo de cão → cães e alemão → alemães. E mão vira mãos, acompanhando o mesmo grupo do -ãos, apesar de ter uma trajetória própria e bem antiga dentro da língua.
O motivo dessa variação está na história das palavras. A forma como cada termo chegou ao português moderno depende da sua origem e das mudanças sonoras que aconteceram ao longo do tempo.
Enquanto pão evoluiu a partir de uma base latina que favoreceu a formação em -ães, irmão manteve um caminho que resultou na terminação -ãos.
Já mão, que vem de uma raiz diferente, consolidou uma forma de plural que parece irregular à primeira vista, mas faz sentido quando se observa sua evolução fonética.
Para quem quer uma regra simples para não se confundir, basta lembrar que os plurais de palavras em -ão costumam cair em três grupos bem claros, muito usados na norma-padrão: -ões (como nações, opções, balões), -ães (como pães, cães, capitães) e -ãos (como irmãos, mãos, cristãos).
A diferença entre eles não é aleatória: ela se apoia em tradição, etimologia e uso consagrado, o que explica por que palavras com “cara de iguais” podem ter plural diferente.
Se a dúvida aparecer, olhar a palavra e tentar encaixá-la em um desses três padrões já resolve grande parte dos casos — e, com o tempo, a escrita começa a ficar mais natural e segura, sem medo de errar no plural.
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