O temido, mas real, risco que Anápolis corre nessas eleições para a Câmara dos Deputados
Não bastasse as dificuldades locais, os mais de 40 candidatos a deputado estadual por Anápolis apoiam concorrentes a federal de fora da cidade
Não é animador o cenário eleitoral para Anápolis em 2018 quando o assunto é representação no Congresso Nacional. O risco de que nenhum dos oito candidato da cidade se eleja deputado federal passa a ser ponderado constantemente entre lideranças partidárias e em programas de debate político das rádios locais.
Rubens Otoni, que está no cargo desde 2003, e que já chegou a ser o segundo deputado federal mais bem votado do estado, enfrenta dificuldades inéditas.
Além do desgaste natural do PT junto ao eleitorado, não terá a força da máquina partidária nos municípios como em outras ocasiões. A forte defesa de Lula e Dilma pelo petista, se traz o voto mais ideológico de esquerda, afasta o do eleitor comum anapolino. Rubens também não tem na chapa com o PC do B nomes robustos para formar quociente.
Alexandre Baldy, deputado federal licenciado do cargo para continuar ministro das Cidades, como sabido, não concorre este ano e apoia um candidato, que assim como ele, não é propriamente da cidade.
Deve ter muitos votos, até mesmo por recall das eleições de 2016, o conservador Valeriano Abreu. No entanto, ele tem concorrentes locais, mais jovens e de discurso mais radical, que disputarão o mesmo flanco.
Outra realidade: a pesada maioria dos mais de 40 candidatos a deputado estadual por Anápolis apoiam concorrentes a federal de fora da cidade.
E assim os mais de 260 mil votos dos anapolinos, suficientes para colocar quase dois na Câmara Federal, tendem a se diluir e diminuir a importância política do município.
Danilo Boaventura é jornalista e diretor de Conteúdo do Portal 6