Situação de adolescente que capina lotes em Anápolis surpreende familiares

Órgãos públicos da cidade explicam o que podem fazer para ajudar

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Situação de adolescente que capina lotes em Anápolis surpreende familiares

Repercute nas redes sociais desde o início da tarde desta segunda-feira (19) o vídeo de um garoto de 12 anos que capina lotes para ajudar a sustentar a família em Anápolis.

Nas páginas em que foi divulgado, o registro alcançou em poucas horas mais de nove mil visualizações e centenas de compartilhamentos. Nele, o adolescente afirma que o dia está sem nenhum serviço e que costuma atender moradores do Bairro Jamil Miguel, região Sul da cidade.

Todo o diálogo aconteceu entre o menino e um motorista da Uber. Na ocasião, o menor também confessou que trabalha para comprar comida para a mãe e que possui outros cinco irmãos em casa.

Dentre os comentários dos internautas que estão acompanhando o caso, alguns afirmam já ter se encontrado com o adolescente em alguns bairros da cidade e que ele sempre alega estudar pela manhã e morar no Jardim Primavera, próximo ao Ceasa.

Ao Portal 6, uma familiar do menor, que preferiu não se identificar, contou que o menino já morou com uma tia e que é muito querido, mas decidiu voltar para a casa da mãe. A jovem não soube confirmar se ele realmente tem frequentado a escola.

“Eu o vi há dois meses e não sabia que as coisas estavam tão difíceis assim para eles, o vídeo até me pegou de surpresa. Estou indo na casa deles para ver o que está acontecendo mesmo”, disse.

Conselheira tutelar, Kety Coelho Guimarães informou à reportagem que sempre que o órgão recebe a denúncia de que um menor está trabalhando, é feita uma visita para apurar as condições financeiras em que vive a família.

“Quando a gente fica sabendo, já encaminha para os órgãos competentes. Passamos para o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), que faz a doação de cestas básicas até a família poder caminhar sozinha e encaminhamos também para receber o Bolsa Família. Às vezes nem espero o CRAS fazer a primeira visita para começar a levar comida. Recebemos doações de cestas básicas do grupo de uma igreja e conseguimos pagar energia e água antes mesmo do serviço social fazer a triagem, até porque quem tem fome não pode esperar”, afirmou.

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