Perigoso, novo crime vira ‘febre’ em Anápolis e especialista deixa um alerta
Existem algumas regiões que podem ter sinais específicos, como alteração na fala, alterações motoras e até levar a morte
Uma nova tendência violenta está chamando atenção em Anápolis. Em menos de uma semana, foram três os casos graves registrados na cidade em que pessoas foram surpreendidas com garrafadas na cabeça.
O primeiro ocorreu no final da madrugada da última quarta-feira (12), quando um jovem morador de rua se envolveu em uma confusão com outro e acabou vítima da agressão. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) precisou levá-lo ao Hospital Municipal para receber atendimento.
Na madrugada de sexta-feira (14), por volta de 02h56, um outro homem acabou ferido da mesma forma no Brick House Club, tradicional bar no Centro. Tudo teria acontecido porque uma mulher foi ao caixa pagar a conta, alegou ter sido agredida e o companheiro dela decidiu tirar satisfações. O caso foi registrado como lesão corporal dolosa pela Polícia Civil.
Já o último caso ocorreu neste domingo (16), depois que uma jovem de 24 anos tentar matar o namorado. Ambos haviam discutido e o rapaz decidiu ir embora, mas foi surpreendido pela garrafada. Ele teve de ser hospitalizado e não corre risco de morrer, mas a garota foi autuada por tentativa de homicídio e levada para a cadeia pública de Anápolis.
Perigo
Este tipo de comportamento, segundo o ortopedista, traumatologista e chefe do pronto-socorro ortopédico do Hospital Evangélico Goiano (HEG), Fabrício Cardoso Leão, pode provocar uma série de danos à saúde e até levar a morte.
“Qualquer traumatismo na cabeça pode gerar uma lesão de gravidade. Pode lesionar um vaso interno, uma artéria pode romper e gerar uma hemorragia interna, um Traumatismo Craniano Encefálico (TCE). Esse TCE pode ser leve ou grave. Pode ser um hematoma subgaleal, o famoso galo. Mas se tiver uma lesão grave, pode ter sangue no cérebro, aumentando a pressão intracraniana e levando a uns sintomas, como vômitos e sonolência. Existem algumas regiões do cérebro que podem ter sinais neurológicos específicos, como alteração na fala, alterações motoras e até levar a morte”, explicou.
“No ponto de vista da garrafada, além desse risco do TCE, que é gravíssimo, existe ainda o risco do ferimento corto-contuso que normalmente está relacionado com um ferimento extenso. Se houver uma fratura do crânio, pode representar uma fratura exposta. Nesse ferimento por si só pode ter sangramento e, posteriormente, evoluir com infecção, cicatriz. É algo relativamente grave que precisa ser atendido de imediato”, acrescentou.