Mesmo internada com pacientes positivados na UTI do Norma Pizzari, atestado de óbito de professora não indicou suspeita

Reportagem do Portal 6, a distância, confirmou que muitas pessoas estivem na funerária para se despedir do corpo. Semusa foi procurada, mas não respondeu os questionamentos da reportagem

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
Mesmo internada com pacientes positivados na UTI do Norma Pizzari, atestado de óbito de professora não indicou suspeita

Compartilhado à exaustão em diversos grupos de WhatsApp, sobretudo de professores da rede municipal de ensino em Anápolis, o atestado de óbito da professora Jeronice de Oliveira Amorim, de 61 anos, tem causado debates calorosos entre os docentes.

Ela estava hospitalizada na UTI do Centro de Internação Norma Pizzari Gonçalves, local destinado a receber pacientes positivados ou com suspeita de Covid-19.

Assinado pelo médico Luís Felipe Reis, “documento descreve que ela teve “parada cardíaca, choque cardiogênico e infarto agudo do miocárdio”.

Trecho do atestado de óbito em que consta as causas da morte. (Foto: Reprodução)

O Portal 6 conversou com profissionais que atuam na equipe médica e eles garantem que pacientes com suspeita da doença não são separados dos que já estão positivados.

Nesta quinta-feira (23), até às 10h, o corpo estava sendo velado no salão da Anapax, no Centro.

A reportagem, a distância, confirmou que muitas pessoas estivem na funerária para se despedir da professora – colegas aposentadas, e já idosas, inclusive.

Risco existe

Ainda que algum exame anterior tivesse descartado a presença do novo coronavírus no organismo da professora, o fato dela ter ficado na UTI junto com outros pacientes seria suficiente para ela poder se contaminar? “O risco existe”, reconheceu um biomédico ouvido pelo Portal 6.

Dessa maneira, o atestado de óbito deveria alertar a suspeita de Covid-19? Foi a pergunta que fizemos ao chefe da UTI do Norma Pizzari.

“Olha, eu sugiro que você pergunte isso à Secretaria Municipal de Saúde [Semusa])”, devolveu o profissional.

A reportagem do Portal 6 seguiu o conselho, mas não obteve resposta a essa e nenhuma das outras perguntas que a reportagem apresenta a seguir.

– antes de falecer, a professora Jeronice fez o teste para detectar a presença do novo coronavírus no organismo? Se sim, quando e qual foi o resultado?
– na hipótese dela ter feito o exame e o resultado ainda estar por ser concluído, o atestado de óbito dela deveria constar “suspeita de Covid”?
– ainda na mesma hipótese, o médico teria se equivocado ou sofrido pressão por alguma parte (familiar, por exemplo) para não registrar esse alerta no documento?
– a internação dela no Norma Pizzari não a deixaria vulnerável a contrair o vírus?
– o Norma Pizzari continua sendo uma unidade destinada exclusivamente para pacientes confirmados com Covid-19 e com suspeita da doença?

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