Portal 6 consegue confirmar, oficialmente, morte de adolescente em Anápolis; entenda
Óbito ocorreu no último sábado (31), mas HUANA resistiu a informar a ocorrência alegando pedido da família
Roberto Martins Pereira, de 16 anos, entrou para as estatísticas da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT) como o óbito de número 101 em Anápolis neste ano de 2020.
A morte dele ocorreu no último sábado (31), dois dias após ele se envolver em um grave acidente na Avenida Universitária, nas proximidades de um supermercado atacadista.
O adolescente estava pilotando uma moto e, com o impacto da batida em um carro, foi arremessado para o canteiro da pista.
A cena que mostra o rapaz bastante ferido, com uma das pernas dilaceradas, circulou em grupos de WhatApp e chocou a população local.
Logo ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HUANA), mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a unidade de saúde, a família de Roberto Martins requereu por escrito que nenhuma informação sobre o quadro clínico dele fosse passada à imprensa.
Por isso, a reportagem só conseguiu confirmar o óbito quando o mesmo foi computado pela Polícia Civil.
O que pensa o Portal 6
Embora incomum, o veto ao fornecimento de informações de interesse público, sobretudo partindo de um hospital que é público e mantido com recursos de toda a sociedade, é compreensível.
A família, por algum receio de foro particular, pode pedir que ela seja a portadora de qualquer informação sobre o estado de saúde de um parente, sobretudo quando ele é menor de idade.
No entanto, quando o paciente não resiste, a decisão de informar ou não o óbito é do hospital. Nem mesmo as instituições privadas da cidade incorrem neste erro.
A notícia da morte do adolescente circulou amplamente nas redes sociais e em sites apócrifos, que são mantidos por pessoas sem formação profissional em jornalismo.
O Portal 6, por princípio editorial, só repercute óbitos a partir de fontes oficiais.
Tolher o trabalho da imprensa profissional, seja por não compreendê-la ou por qualquer outro motivo, não é somente lamentável, mas também um comportamento que fere a democracia.