Enganada por gêmeos, mulher luta para descobrir quem é o pai da filha que teve com um deles
"Eles sabem a verdade, mas se aproveitam da semelhança para fugir da responsabilidade", conta a goiana, que não sabia que havia ficado com pessoas diferentes. Nova decisão judicial pode, enfim, fazer a questão ser resolvida
A sentença que reconhecia uma criança como filha de irmãos gêmeos foi cassada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
Univitelinos de Cachoeira Alta, na região Sudoeste do estado, a dupla desde criança se aproveita da extrema semelhança para pregar peças e fazer pegadinhas.
Mas a partir da adolescência começaram a se valer da aparência idêntica para ocultar traições e angariar maior número de mulheres. Desse comportamento nasceu uma menina.
A mãe dela ajuizou ação de reconhecimento de paternidade contra um deles, que se submeteu ao exame de DNA. Contudo, quando o resultado deu positivo, ele indicou o irmão como o verdadeiro pai.
Por sua vez, o outro também fez o mesmo teste, dando resultado igual – 99,9% de chances de ser verdadeiro pai da menina. Foi aí que começou a briga na Justiça.
“É uma atitude muito triste, não precisavam disso. Eles sabem a verdade, mas se aproveitam da semelhança para fugir da responsabilidade”, observa a mulher enganada.
Como nenhum quis se responsabilizar, o juiz Filipe Luís Peruca determinou em 2019 que ambos fossem incluídos na certidão de nascimento da menina e que pagassem, cada um, pensão alimentícia no valor de 30% do salário mínimo.
No entanto, com a cassação dessa decisão, a 3ª Câmara Cível do TJGO, que acolheu por unanimidade relatório do desembargador Anderson Máximo de Holanda, mandou eles realizarem o Twin Test, um exame complexo e de alto custo.
Este diagnóstico específico é capaz de examinar as 3 bilhões de letras do DNA e finalmente identificar o verdadeiro pai. O custo, porém, é de R$ 60 mil.