Homem consegue indenização de hospital de Anápolis após acidente com seringa

Risco de contágio foi alto e ele narrou que teve até que deixar de ter relações sexuais com a esposa, sendo constrangido por isso

Denilson Boaventura Denilson Boaventura -
Homem consegue indenização de hospital de Anápolis após acidente com seringa
Hospital Evangélico Goiano. (Foto: Reprodução)

Um acidente com seringa no Hospital Evangélico Goiano (HEG) resultou em uma indenização de R$ 15 mil ao homem que furou a mão com o objeto enquanto recolhia o lixo nas dependências do local. A decisão, divulgada na sexta-feira (28), é do juiz Leonys Lopes Campos da Silva, da 2ª Vara Cível da comarca de Anápolis.

Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), o caso ocorreu em 2018 quando o homem realizava coleta de lixo nas dependências do hospital e teve a mão perfurada por seringa com agulha descartada de forma irregular em lixo comum.

A indenização é a título de danos morais porque, conforme os autos, causou angústia e risco de infecção no homem que, após o episódio, precisou ser submetido a tratamento com uso de coquetel para prevenção de doenças. Não foi informado se ele trabalhava na unidade.

De acordo com o magistrado, o autor da ação conseguiu comprovar que houve o descarte irregular de lixo infectante pelo hospital, a perfuração da mão com seringa munida de agulha utilizada, bem como a angústia decorrente do risco de contágio.

Os prontuários de atendimento médico e atestados que instruem o processo mostram o atendimento ao autor em data condizente com o acidente descrito na inicial, sendo submetido a testes de HIV e outras doenças – como hepatite e sífilis – e feito uso de coquetel de medicamentos para prevenção de doenças transmissíveis.

Além disso, o depoimento de uma testemunha respalda os fatos articulados nos autos, pois noticia que trabalhava com o autor no dia do ocorrido, e que, para a coleta de lixo, precisavam adentrar nas dependências do hospital e que a atribuição era de coleta do lixo comum.

Segundo o processo, ele afirmou, ainda, que foi recusada pelo hospital a assistência solicitada logo após o acidente, e que o autor foi constrangido no ambiente de trabalho em razão de possível contágio e pela necessidade de abstenção sexual temporária com a esposa.

Como o HEG não tem assessoria de comunicação, o Portal 6 não conseguiu contato com a unidade. O espaço, no entanto, está aberto caso o hospital queira comentar a decisão do juiz Leonys Lopes Campos da Silva.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade