Em denúncia, MPGO sustenta que Nicodemos Júnior cometeu crimes ainda mais graves contra pacientes
Outros casos já estão sendo analisados e órgão também pediu a manutenção da prisão preventiva do ginecologista
O Ministério Público de Goiás (MPGO) apresentou à Justiça denúncia contra o ginecologista e obstetra, Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, por estupro de vulnerável.
Assinado pela promotora Camila Fernandes, titular da 8ª Promotoria de Anápolis, o documento é referente às três primeiras mulheres que procuraram a Polícia Civil para denunciar os crimes e que foram responsáveis pelo início das investigações.
Ao Portal 6, a promotora explicou que, dentre esses três casos, o MP entendeu que o indiciamento deveria ser mudado porque se tratava de fatos “mais graves” do que havia sido concluído pela delegada responsável.
“Em uma delas ele foi indiciado por estupro e outras duas pela violação sexual mediante fraude. Nós entendemos que as três foram vítimas de estupro. No momento da prática, elas estavam deitadas na maca, naquela posição com as pernas abertas e afastadas e não conseguiam visualizar as ações que o médico praticava”, explicou.
“Naquela posição a vítima se encontra vulnerável, totalmente passiva. E as vítimas, quando vão até a consulta, elas confiam no médico e não imaginam que vão sofrer qualquer tipo de abuso. Em razão da posição física que se encontraram e dessa confiança depositava, entendemos que ele se aproveitava e praticava o crime”, acrescentou.
De acordo com Camila Fernandes, algumas promotoras, com o auxílio de psicólogas, estão agora analisando cada um dos casos e ouvindo novamente algumas vítimas para observar quais crimes são de violação sexual e quais sofreram o estupro.
“A gente optou por analisar com mais calma, para obter mais informações sobre os ocorridos e para realmente readequar a imputação desses crimes para estupro ou violação. Já ouvimos 15 vítimas novamente e algumas nós ainda vamos ouvir para ter certeza do crime cometido. Outras já é possível concluir com relatos do inquérito”, disse.
Na denúncia, o MP também solicita a manutenção da prisão preventiva do médico e a expectativa é de que, em breve, ele seja denunciado pelo órgão por todos os crimes apontados pelas vítimas. Só em Anápolis, foram 53 mulheres e há ainda outras em Abadiânia.