‘Maid’, série da Netflix, não é só ficção e realidade de Casa de Acolhimento em Anápolis é a prova disso

Local, que é secreto, tem tido sucesso pelo esforço conjunto empreendido pelo município e as polícias Civil e Militar

Caio Henrique Caio Henrique -
‘Maid’, série da Netflix, não é só ficção e realidade de Casa de Acolhimento em Anápolis é a prova disso
Em ‘Maid’, a jovem Alex é interpretada por Margaret Qualley (Foto: Reprodução)

No ar desde 1º de outubro, “Maid” é uma série norte-americana da Netflix que conquistou um imenso público no pouco mais de um mês desde a estreia nas telinhas.

A narrativa é bem diferente dos temas geralmente abordados nas produções, e conta a história da jovem Alex – interpretada por Margaret Qualley – que precisa lidar com o passado de violência sofrida. Tudo isso enquanto busca criar a filha pequena da melhor forma possível.

Durante a trama, diversos outros tipos de violência contra a mulher são abordados dentro dos episódios, que se embaralham em uma história leve e delicada, apesar do tema tão forte.

Em determinado momento, a protagonista precisa recorrer à um abrigo de mulheres, depois de se ver obrigada a fugir dos maus-tratos em casa.

Caso a narrativa se passasse em Anápolis, Alex teria apenas um local do tipo para recorrer.

Se trata da Casa de Acolhimento municipal, que funciona desde 2018 em uma localidade secreta, a fim de proteger e garantir a segurança das mulheres acolhidas.

Em entrevista recente ao Portal 6, Regina Brasil dos Santos, da Diretoria de Proteção Social Especial, explicou como funciona a logística no ambiente.

“Ofertamos serviço de acolhimento institucional, além de alimentação e higiene pessoal. O período de permanência no local é de 90 dias, podendo ser prorrogado a critério da equipe interdisciplinar”, explicou.

“O acompanhamento psicossocial e jurídico, contudo, é realizado até mesmo após a saída”, acrescentou Regina.

A reportagem contatou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), que mantém o registro dos casos no município, para saber o número de ocorrências do tipo durante o ano.

A logística por trás do levantamento, entretanto, toma tempo e não foi possível o envio até o momento de publicação desta reportagem – mas deve ser atualizado em breve.

Recentemente, o município também foi o epicentro da repercussão do caso do ginecologista Nicodemos Junior Estanislau, acusado de abusar de mais de 50 mulheres, por todo o país.

Esta foi uma das maiores provas de como o tratamento à mulher ainda passa desapercebido e menosprezado, mesmo em meio à uma realidade preocupante de casos e vítimas.

O medo é uma constante e a falta de fé nas soluções, muitas vezes, joga o último punhado de terra sobre o caixão.

Em Anápolis, qualquer mulher em situação de necessidade pode recorrer à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), localizada na Rua Dez de Março, nº 257, ao lado da Central de Flagrantes, no Centro.

O atendimento também pode ser realizado via telefone, no contato (62) 3328-2731.

Em entrevista ao Portal 6, a capitã Daiene Holanda, chefe da Patrulha Maria da Penha, destacou a importância de denunciar os crimes e como a atuação da polícia está assegurando cada vez mais mulheres em Anápolis.

“É uma obrigação de toda a sociedade, ajudar a vítima a sair da situação de violência. E nós, como Patrulha Maria da Penha, mais ainda. Sempre incentivamos a denúncia e nos colocamos à disposição para qualquer ajuda”, afirmou.

“Muitas vidas já foram salvas e transformadas, e o objetivo é ajudar muito mais”, acrescentou a oficial.

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