Anapolina entra para história ao se tornar a primeira corneteira do Corpo de Bombeiros

Cornetas militares são a voz do comandante nas solenidades e em 64 anos de corporação em Goiás ela foi a primeira mulher a concluir o curso e tocar o instrumento

Pedro Hara Pedro Hara -
Anapolina entra para história ao se tornar a primeira corneteira do Corpo de Bombeiros
Sargento Aline Telles, a primeira mulher corneteira do Corpo de Bombeiros de Goiás. (Foto: Reprodução)

No Corpo de Bombeiros desde 2004, a sargento Aline Telles está fazendo história na corporação. Ela é a primeira mulher corneteira de Goiás desde a fundação da corporação, há 64 anos.

A façanha foi realizada pela primeira vez na sexta-feira (19), último dia do curso de corneteiro em que a profissional foi uma das responsáveis por tocar a corneta.

A sargento também pode ser a primeira do Brasil, porém ainda estão sendo realizadas pesquisas para atestar o pioneirismo da goiana no país.

Em entrevista ao Portal 6, Aline falou sobre a sua relação com a música e instrumentos musicais, destacou a importância do feito e detalhou os próximos passos dentro do Corpo de Bombeiros.

Evangélica, ela começou a cantar na infância na igreja que frequentava. Apesar de morar em Goiânia há alguns anos, é natural de Anápolis. Foi na cidade natal onde tudo começou.

“Iniciei os estudos de música aos 12 anos na Escola de Música de Anápolis. Desde então eu nunca parei de estudar, cantar e de me apresentar. Eu participei dos principais corais de Anápolis e Goiânia. Fiz curso de canto popular, lírico e violão na Escola de Anápolis. Atualmente eu moro em Goiânia e fui aluna do Basileu”, detalhou. 

A oportunidade de unir o trabalho com a paixão pela música surgiu quando foi a corporação lançou o curso de corneteiro.

Em um ambiente totalmente masculino, Aline viu a chance de fazer história e abrir as portas da banda dos Bombeiros para outras mulheres. Além disso, o desafio para aprender um novo instrumento a motivou.

“Entrei nos Bombeiros como combatente, não sou da banda de música, pois é um quadro separado. Até esse momento não havia a presença de mulheres. Eu trabalhei em vários departamentos e lançaram o curso de corneteiro. Eu nunca tinha tido instrumento de sopro. Não há nenhuma mulher que comanda as tropas e eu quis fazer o curso para me desafiar e para marcar a história da corporação e abrir a porta para outras mulheres. As cornetas militares são a voz do comandante nas solenidades”, pontuou.

Sem nenhuma familiaridade com o instrumento, Aline teve 10 semanas para aprender a tocar a corneta. Mãe de duas filhas de 03 e 06 anos, por conta disso dividia o estudo da corneta com os afazeres da casa.

“Eu me sinto bem, pois venci o desafio. É um desafio pois não é impossível, os próprios músicos falam que se fosse fácil todo mundo tocava. Eu tenho duas filhas pequenas e o tempo de estudo do instrumento é grande, meu tempo de estudo era menor que os demais, estudar e cuidar das filhas”, comemorou. 

Ela agora quer seguir fazendo história dentro da corporação. A profissional afirmou que continuará estudando e traça metas ambiciosas.

“Eu pretendo aperfeiçoar no estudo do instrumento para não ser a primeira mulher corneteira, mas para ser a melhor mulher corneteira dos Bombeiros”, projetou.

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