Vacina contra dengue existe em Anápolis e especialista explica porque ela não está disponível no SUS
Outro imunizante também está em fase final de estudo e, no futuro, pode ser alternativa para conter os números altos da doença
Que o avanço da dengue em Goiás tem alcançado números assustadores em 2022, isso muita gente já sabe. Porém, o que ainda não parece ser de conhecimento de parte da população é a existência de uma vacina contra a doença.
Liberada para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Dengvaxia, da farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, está exclusivamente na rede privada desde 2015.
Para entender melhor como funciona esse imunizante o Portal 6 conversou com o médico infectologista Marcelo Daher, que também é proprietário da Vacine, nesta sexta-feira (08).
Aplicada em três doses, o especialista afirma que, apesar de pouco divulgada, a Dengvaxia está disponível em algumas clínicas particulares de Anápolis.
“Para quem já teve dengue, essa vacina é um auxílio. Só de diminuir a gravidade da doença já é uma ajuda importantíssima”, afirmou.
A aplicação é recomendada apenas para pessoas de 09 a 60 anos que tiveram a doença documentada.
Sobre não estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), Marcelo Daher afirma que normalmente esse é o caminho feito.
“Elas chegam primeiro na rede privada. O governo avalia muito custo-benefício, e entendeu que nesse momento não teria benefício em colocar a vacina na rede pública. Tem um estado que fez isso, o Paraná”, completou.
Vacina brasileira em estudo
Há mais de 10 anos o Instituto Butantan vem desenvolvendo, com apoio internacional, um imunizante contra o vírus da dengue.
Já em fase final, o estudo deve ficar pronto nos próximos dois anos e, por ser uma vacina nacional, pode ficar disponível também no SUS.
“Uma das vantagens da vacina do Butantan é que é dose única. Quanto menor o número de doses, melhor é. Maior a chance de a pessoa completar o esquema”, continuou Daher.
Para finalizar, o médico aconselhou que quem puder tomar a vacina, deve fazer isso.
“O grande lance de todas as vacinas vai ser diminuir a gravidade das doenças. Lógico que se chegarem vacinas melhores é muito bom, mas na ausência delas, melhor a gente usar o que a gente tem”, concluiu.