CD’s e DVD’s com arquivos sigilosos do processo contra o Padre Robson serão destruídos
Ex-reitor do Santuário do Divino Pai Eterno havia sido acusado de desviar doações de fiéis
Após o padre Robson de Oliveira ser inocentado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), a juíza Placidina Pires determinou nesta quinta-feira (28) o arquivamento dos processos que tramitavam no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
Para tomar essa decisão, a magistrada se baseou na posição do STJ e da Primeira Câmara Criminal, que em 2020 pediu o trancamento da ação penal sobre a suspeita de desvio de R$ 120 milhões doados por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).
Placidina Pires também mandou destruir os CD’s e DVD’s com arquivos sigilosos do processo e formatar os HD’s e pen drives, que contêm as informações da investigação feita pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO).
“Quanto ao material probatório, autorizo a entrega dos dispositivos eletrônicos apreendidos durante o cumprimento das buscas e apreensões que se encontram guardados na escrivania (UPJ) e no Depósito Público aos seus legítimos proprietários”, determinou.
Com isso, os nomes de todos os investigados serão retirados do sistema da Justiça e todas as medidas cautelares, quebra de sigilos e mandados de busca e apreensão também serão arquivadas.
Relembre
Em 2018, a Operação Vendilhões investigava a denúncia do religioso sobre chantagens de hackers, que afirmavam terem descoberto um relacionamento amoroso dele, mas acabou identificando possíveis desvios milionários na Afipe.
Neste contexto, o MPGO abriu um processo cível por improbidade administrativa no uso do dinheiro e um criminal contra Robson de Oliveira, que era o presidente da instituição.
Ele era investigado por desvios de mais de R$ 100 milhões doados por fiéis para construção da nova Basílica de Trindade, mas que teriam sido usados na compra de casa de praia, fazendas e um avião.
Ambos os processos foram trancados no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) devido ausência de provas suficientes dos crimes atribuídos ao padre, mas, desde então, o MPGO e os advogados de defesa disputavam na Justiça pela continuidade da investigação.