Por que o GNV não emplacou como alternativa a outros combustíveis em Goiás?

Gás natural era realidade até 2019, quando parou de ser ofertado no estado

Emilly Viana Emilly Viana -
Bomba de abastecimento de GNV em posto de Goiânia virou estacionamento de funcionários. (Foto: Emilly Viana / Portal 6)
Bomba de abastecimento de GNV em posto de Goiânia virou estacionamento de funcionários. (Foto: Emilly Viana / Portal 6)

Abastecer o carro com Gás Natural Veicular (GNV), visto como uma solução para economizar diante das altas nos preços da gasolina e do etanol, tornou-se inviável em Goiás. A oferta do combustível foi encerrada nos postos goianos há três anos.

Os dois últimos estabelecimentos a comercializar GNV no estado, localizados em Goiânia e Aparecida de Goiânia, desativaram o serviço em 2019.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto), Márcio Andrade, argumenta que o combustível perdeu competitividade para o etanol e deixou de ser interessante para os empresários.

“Quando ainda existia a operação, o gás era trazido via caminhão. Esse material tinha que ser transformado em estado líquido para depois voltar ao gasoso e poder abastecer os veículos, o que tornava o processo muito caro”, analisa.

A categoria aponta a necessidade do produto ser transportado da refinaria de Paulínia, em São Paulo, por meio de um gasoduto. “Assim, o gás chega encanado, com um custo mais baixo, sem passar essa liquefação dispendiosa”, justifica Andrade.

O presidente da Sindiposto é categórico ao dizer que, enquanto não houver este tipo de infraestrutura, a distribuição de GNV não será possível.

“Exige altos investimentos, o que não foi feito até hoje, nem pela Petrobras e nem pela iniciativa privada”, lembra.

Faz falta

Gerente do último posto a oferecer GNV em Goiânia, Lira de Oliveira relata que, por ser o único a ofertar o combustível, a procura no local era alta.

“Atendíamos muita gente, principalmente de outros estados. Alguns ainda passam por aqui e reclamam da falta”, conta.

Ele está há cinco anos no posto e diz que os usuários do gás natural não tinham dificuldades de manusear a bomba ou de realizar a manutenção do equipamento.

“O movimento era bom, acredito que a venda parou por questões financeiras relacionadas com a distribuição mesmo”, ressalta.

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