Goiana vítima de assédio sexual desabafa e conta como lida com situação traumática

Para alertar outras mulheres, jovem decidiu expor situação nas redes sociais

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Goiana vítima de assédio sexual desabafa e conta como lida com situação traumática
Izabella Valadão. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Eu me culpei de todas as formas possíveis e impossíveis, mesmo sabendo que eu era a vítima da história”, diz a maquiadora Izabella Valadão, de 21 anos, que foi assediada sexualmente enquanto dormia em uma viagem de ônibus de Campos Belos até Goiânia. 

No dia 22 de julho, a viagem que deveria durar cerca de 09h acabou causando danos profundos ao psicológico da jovem. Tudo começou, após ela entrar no veículo e decidir tirar um cochilo para descansar.

No entanto, Izabella acabou despertando, após ver a mão de um homem desconhecido tocando a parte mais interna da coxa. 

“Minha primeira reação foi gritar. Gritei com ele, o acusei em voz alta e em momento algum ele negou”, explicou

Ao verem o desespero da jovem, um homem trocou de lugar com ela, enquanto uma moça avisou ao motorista que, logo, se dirigiu a delegacia, onde o assediador foi preso em flagrante. 

Apesar do primeiro amparo, a situação deixou marcas na vida de Izabella. Ao Portal 6, ela conta que, desde a situação, tem sofrido dificuldades em fazer tarefas simples durante o dia a dia. 

“Eu tenho tomado medicamentos para dormir. Passei os quatro dias depois chorando muito e ainda tive que trabalhar normalmente. Eu senti bastante enjoo, vontade de vomitar, estou tendo bastante pesadelo e tenho muito medo de encontrá-lo na rua”, revela. 

Apesar do auxílio dos amigos e familiares, ela afirma que ainda não se sente totalmente segura e que a situação foi algo pelo qual ela nunca esperou passar. 

“Eu já tinha passado por situações mais acobertadas, mas algo assim foi muito chocante para mim. Eu pensei que eu tinha sido a culpada, pensei que talvez se não tivesse olhado para ele, isso não teria acontecido”, desabafa. 

Para alertar outras mulheres, a jovem decidiu expor o caso no Twitter contando detalhes e reafirmando a importância de denunciar acontecimentos desse tipo. 

“Eu acredito que ainda vou demorar um tempo para ficar bem. Toda hora me pego lembrando dele me olhando e  passando a mão em mim. É uma situação bastante delicada e dolorosa”, afirma. 

Mesmo chocante, casos como esse não são isolados e acontecem com certa frequência em Goiás. Apenas nos três primeiros meses de 2022, 67 registros de violência sexual contra mulheres maiores de 18 anos foram registradas, segundo dados da Secretária de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).

Já para menores de idade, os números chegam a ser ainda maiores durante o mesmo período: 159 denúncias contra crianças e adolescentes. 

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