Chacina no DF faz lembrar crime cruel com família em Goiânia há mais de 65 anos
Seis integrantes da mesma família foram mortos e houve apenas uma sobrevivente
Nos últimos dias, o Distrito Federal (DF), foi palco de uma chacina que tirou a vida de 10 pessoas da mesma família. O caso faz lembrar um crime cruel que ocorreu em Goiânia há pouco mais de 65 anos.
Na madrugada do dia 05 para 06 de dezembro de 1957, seis integrantes da família Mateucci foram mortos a machadadas, na Rua 74, no então Bairro Popular da capital.
As vítimas foram Wanderley Mateucci, a esposa Lourdes de Sá e os filhos Walkíria, de 06 anos, Wagner, de 05, Wolney, de 04 e Wilma, de apenas 09 meses.
Houve somente uma sobrevivente da tragédia, a bebê Wânia Mateucci, que na época tinha 02 anos. As circunstâncias das mortes nunca foram totalmente esclarecidas.
Altino, um homem que trabalhava no comércio da família, foi preso após confessar os assassinatos, mas a versão era pouco convincente, já que os motivos alegados por ele não justificariam tamanha crueldade. Após cumprir a pena, ele nunca mais foi visto.
Outro ponto da investigação que foi contestado na época é de que seria necessário de três a quatro pessoas para executar o crime.
A história da chacina foi contada pelo escritor Miguel Jorge, no livro “Veias e Vinhos”. Em entrevista ao jornal O Popular, em 2018, ele contou que houve questionamentos que ficaram sem respostas.
“Para fazer o livro, eu li os 8 volumes do processo no fórum, entrevistei testemunhas, fui à penitenciária três vezes para falar com o suposto assassino e não consegui respostas definitivas”, disse. “Parece que há muito medo em torno de assunto, tantos anos depois do que aconteceu”, completou.
O livro virou obra cinematográfica de mesmo nome e que foi lançada no ano de 2006.
Vizinho da família, o pintor Siron Franco era acostumado a ver as crianças brincando nas ruas. No entanto, naquele dia, as viu mortas no cômodo de casa.
“Foi uma cena horrorosa. Tive pesadelos durante anos com aquela imagem. Acho até que aquilo influenciou de alguma maneira a minha arte”, relembrou ao O Popular.