Mais de 100 municípios goianos enfrentam risco de falta d’água devido ao desmatamento do Cerrado
Pesquisa aponta que cidades em região de fronteira agrícola foram algumas das que mais destruíram o bioma em 2022
Atualização às 8h44
Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) apontou que, se continuar no ritmo que está hoje, o desmatamento do Cerrado coloca em risco a oferta de água em 119 municípios goianos.
Conforme o levantamento, as cidades estão localizadas em regiões de fronteira agrícola no estado, dentro das áreas das bacias hidrográficas mais desmatadas do bioma em 2022.
Dentre algumas que apresentaram maior índice de destruição, estão Araguapaz, Arenópolis, Aruanã, Bom Jardim de Goiás, Colinas do Sul, Crixás, Fazenda Nova, Goianésia, Goiás, Jussara, Niquelândia e Santa Rita do Araguaia.
Os pesquisadores do estudo apontam que a perda de vegetação nativa compromete a capacidade natural de absorção e distribuição de água de uma região.
“São diversos e complexos os efeitos que a diminuição na oferta de água teria nos municípios, mas uma coisa é certa: se o desmatamento continuar na velocidade e na extensão em que está, a disponibilidade hídrica será cada vez menor”, explica Fernanda Ribeiro, coordenadora da pesquisa.
Os dados do levantamento, que reúne informações relativas a 2022, apontaram que o desmatamento do Cerrado em Goiás teve um aumento de 82,5% em relação ao ano anterior.
Além disso, o estudo indicou que a temperatura média em locais onde a vegetação nativa é devastada se torna 3,5ºC mais alta do que em lugares onde ocorre preservação.
Leia nota da Semad na íntegra:
O Matopiba é uma região que alcança territórios dos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Goiás, portanto, não tem competência para fiscalizar e punir eventuais ações de desmatamento na área.
– Com vistas à proteção e preservação de recursos hídricos no Estado todo, a Semad executa ou participa de projetos de reflorestamento com recuperação da vegetação natural, como o “Produtor de Água” e o Juntos Pelo Araguaia, que buscam a recuperação de áreas degradadas.
– Além disso, a Semad investe no cuidado e a ampliação das unidades de conservação e áreas de proteção de manancial, por entender que são ações relevantes para manutenção das recargas dos aquíferos e sustentação dos rios e reservatórios nos períodos secos.
– Sobre o SAD Cerrado, é importante frisar que essa é uma plataforma que utiliza algoritmos automáticos para delimitar e mensurar a quantidade de alertas de desmatamento. É importante ressaltar que, no SAD Cerrado, esses alertas não são submetidos à validação individual de um analista. Essa informação consta na página inicial do próprio sistema. Ou seja: É altamente provável que as estatísticas utilizadas pela reportagem incluam os chamados falsos alertas.
– A Semad dá preferência aos dados gerados pela plataforma Mapbiomas, por dois motivos: 1) o Mapbiomas trabalha com informações geradas por diversos repositórios, inclusive o SAD Cerrado, o que dá uma visão mais completa do cenário; 2) os dados do Mapbiomas passam por validação individual antes de serem disponibilizados. Por esse motivo, são mais fiéis à realidade.