Goiás tem a maior diferença do país entre município mais rico e mais pobre
Dados fazem parte de um levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
A discrepância na acumulação de impostos entre o município mais rico e o mais pobre em Goiás fez o estado alcançar a maior variação dentre todas as unidades federativas do Brasil.
Os dados fazem parte do estudo “Impactos redistributivos da reforma tributária: estimativas atualizadas”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na segunda-feira (28).
A pesquisa analisou 5.568 municípios brasileiros e comparou as maiores e menores receitas municipais per capita, ou seja, por pessoa, antes da nova Reforma Tributária.
Conforme os dados, enquanto o município de Alto Horizonte é responsável por arrecadar R$ 12.438 em impostos – sendo considerado o mais rico do estado -, na outra ponta, está a cidade de Santo Antônio do Descoberto, que acumula um total de R$ 98.
Para se ter uma ideia, no comparativo, o valor arrecadado no município mais pobre chega a ser 127,1 vezes menor do que o do mais rico.
Apesar da notável discrepância, a expectativa é que a diferença possa ser diminuída com a chegada da nova Reforma Tributária. Pelo menos, é o que afirma o economista e pesquisador do Ipea, Sérgio Gobetti.
Em entrevista à jornalista Cileide Alves, na live “Chega prá Cá”, na terça-feira (29), o profissional explica que, devido ao aumento do consumo estimulado pela proposta, a distinção na arrecadação deverá decair nos próximos anos.
A expectativa, de acordo com ele, é que em 70 anos, a variação nos valores da receita entre o menor e o maior seja de 4 vezes.
“Essa diferença de 127 vezes será reduzida, gradativamente, ao longo dos anos de transição. Ou seja, a receita de Alto Horizonte vai ficar parada e em algum momento terá alguma queda e a de Santo Antônio do Descoberto e outros inúmeros municípios de Goiás estarão crescendo”, explica.