Vanderic encontra outro ‘campo de concentração’ pertencente à casal de pastores de Anápolis

Local era utilizado para maltratar deficientes intelectuais e vítimas foram resgatadas em condições subumanas

Caio Henrique Caio Henrique -
Klaus Júnior é pastor em Anápolis. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)Vanderic encontra outro ‘campo de concentração’ pertencente à casal de pastores de Anápolis
Klaus Júnior é pastor em Anápolis. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O delegado Manoel Vanderic desmantelou e resgatou 43 deficientes intelectuais, na tarde desta quinta-feira (31), de mais uma ação clandestina na cidade, gerida pelo mesmo casal de pastores proprietário da Amparo Centro Terapêutico.

Os pacientes estavam sendo alocados em galpões, muitas vezes amarrados às próprias camas, tendo que urinar em garrafas pet.

Em raras ocasiões, eram medicados pelos próprios pastores, Klaus Junior e Suelen Klaus – também responsáveis pela clínica que foi desativada pela Polícia Civil (PC) e descrita pelo investigador como um “campo de concentração”.

Segundo o delegado, essa nova operação revelou um cenário muito semelhante e até mesmo “pior” que o da descoberta anterior.

“A pessoa com deficiência intelectual que não é medicada e que está amarrada em um ambiente quente, insalubre, fedido, ela tem esse mal-estar muito potencializado. Quando nós soltamos eles dos quartos, alguns correram e pularam na piscina, outros bateram a cabeça na parede. O quadro deles piorou muito”, explicou Manoel Vanderic, em entrevista ao repórter Jonathan Cavalcante.

“As famílias pagavam um salário mínimo pela internação, crentes que eles estavam recebendo tratamento, mas o que eles eram submetidos ali era simplesmente desumano. Nem a cadeia pública tem esse tipo de tratamento com presos, pessoas que roubaram, mataram”, completou.

O delegado destacou ainda que a PC localizou um contrato de locação no nome do próprio pastor, que segue foragido, comprovando a participação do casal nesse novo escândalo.

“Eles pagavam R$ 5 mil por mês de aluguel nesse local. Nós identificamos o proprietário, que confirmou a locação e relatou que eles alegavam utilizar o espaço para eventos religiosos”, disse também.

Por fim, Vanderic ressaltou que Klaus Junior segue sendo procurado e que uma audiência de custódia ainda será realizada para, possivelmente, converter a prisão dele – e de outros cinco envolvidos, incluindo a esposa – em preventiva.

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