UFG inaugura campus em Aparecida de Goiânia e só há uma linha de ônibus para 700 alunos

Em nota, CMTC diz que demanda da linha está sendo acompanhada e será acrescentada viagens de acordo com o necessário

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
UFG inaugura campus em Aparecida de Goiânia e só há uma linha de ônibus para 700 alunos
Registro de ônibus lotado (Foto: Ilustração/Captura de tela/Youtube)

Apenas cinco dias após o início das aulas no novo campus da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Aparecida de Goiânia, alunos já reclamam da mobilidade e, com isso, até repensam a permanência. Isso porque cerca de 700 estudantes precisam contar com uma única linha de ônibus para o local.

O campus, que vem sendo desenvolvido desde 2012, abriga os cursos de engenharia de produção, engenharia de materiais, engenharia de transportes e geologia. São aproximadamente 600 alunos de graduação e mais 100 de mestrado.

Entre os alunos, uma reclamação reina: a mobilidade precária. Apenas uma linha de ônibus transporta estudantes ao local e de volta para as respectivas casas, sendo esta a 555, criada especialmente para o campus.

Para atender à demanda, foram disponibilizados 05 horários, das 7h11 às 17h31. Sarah Larissa Santos, de 20 anos, relatou ao Portal 6 que a situação está “péssima”. “Para eu conseguir chegar no campus, preciso sair com 2h de antecedência e ficar mais de uma hora no terminal Araguaia (de onde sai a linha 555)”.

A estudante de engenharia de materiais explicou que alguns alunos até mudaram as grades curriculares para que pudessem pegar as aulas no campus Samambaia, em Goiânia.

No entanto, quem possui tal opção é quem conta com índice de prioridade mais alto, calculado com base nas notas e, principalmente, tempo de permanência. Portanto, alunos mais novos não conseguem ocupar as vagas das turmas.

Para além do cansaço usual da rotina de estudos, Isabela Rodrigues aponta que o tempo de espera causado pela indisponibilidade de horários pode levar à exaustão. “Já é cansativo depender do transporte publico, agora estamos dependendo presos na faculdade. Se você tem aula até às 14h50, tem que ficar até às 17h10 porque o ônibus só passa nesse horário”, relatou à reportagem.

A aluna destaca que o desgaste tem levado os colegas a repensarem a permanência na universidade. “Estamos desconfortáveis, desconfiados com a própria UFG e com a rede de ônibus”, disse Paulo Octávio Borges, estudante de engenharia de materiais ao Portal 6.

“Estamos em permanente diálogo com a CMTC (Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo) e discentes, e avaliando esses primeiros momentos na nova casa”, afirmou a instituição de ensino em nota. A reportagem questionou se o pedido de ampliação se deu com o início do planejamento do campus e a universidade apontou que “há tempos tem conversado com a companhia”.

“A CMTC tem muitas demandas, e houve troca na gestão, o que acabou retardando as negociações”. Representantes da companhia e da UFG se reuniram no dia 14 de setembro para discutir a ampliação das linhas. Com isso, a CMTC afirmou, em nota, que “a demanda da linha está sendo acompanhada e será acrescentada viagens de acordo com o necessário”.

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