Famosos e falsos ganhadores também poderão responder por crimes no esquema de fraude em sorteios
Grupo movimentou mais de R$ 27 milhões e número de vítimas é indeterminado
Embora o grupo criminoso suspeito de realizar sorteios falsos com o intuito de ter vantagem de venda de títulos de capitalização está sendo o foco da operação Las Vegas, não são os únicos que poderão responder pelos crimes.
Segundo o delegado à frente do caso, Luiz Carlos da Cruz, tanto os anônimos contratados como falsos vencedores dos prêmios quanto os famosos que fizeram propaganda poderão ser responsabilizados pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e ainda organização criminosa.
“Uma pessoa que é cooptada pelo grupo e que recebe R$ 200, R$ 300 para gravar um vídeo falso para levar a erro outras pessoas, se passando como ganhador, ela responde sim pelo crime”, salientou o delegado.
Famosos como Amado Batista, Geraldo Luís e Fabiola Rabo de Arraia, entre outros, foram contratados para as propagandas das empresas, com o intuito de conferir credibilidade.
Ele explicou ainda que a investigação deverá avançar para desvendar se as celebridades tinham conhecimento das fraudes. Com isso, ciente do crime, se ele tiver ocultado a origem dos ganhos, também poderão responder por lavagem de dinheiro, disse Luiz Carlos.
“Vamos verificar se esses artistas tinham conhecimento e decidiram, ainda assim, continuaram propagando a marca da empresa, fomentando venda, aí sim, eles podem responder criminalmente”, explicou.
Em tempo
Já foram cumpridos nove mandados de prisão e 16 mandados de busca, sendo que das pessoas presas, cinco são de Anápolis e quatro de Goiânia. Do grupo, seis são homens e três são mulheres.
Até o momento, o número de vítimas é indeterminado, visto que vendiam títulos para pessoas de todo o Brasil e do mundo pela internet.
Ao todo, o grupo criminoso comandava 4 empresas: AnaPrêmios, Ana Brasil de Prêmios, Rede Prêmios e a Vitrine de Prêmios.