Pais se revoltam com critérios para liberação de vagas em CMEI’s: “só quero que minha filha estude”

Responsáveis também criticaram a falta de transparência da Prefeitura quanto ao assunto

Davi Galvão Davi Galvão -
Pais se revoltam com critérios para liberação de vagas em CMEI’s: “só quero que minha filha estude”
Sala de aula. (Foto: Reprodução)

Com as aulas dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI’s) de Anápolis já iniciadas, diversas crianças voltaram à rotina de estudos e aprendizagem.

Infelizmente, também foram vários os pais que denunciaram a falta de vagas para os filhos, o silêncio da Prefeitura quanto ao assunto e questionaram os critérios adotados pela gestão pública para conceder as oportunidades.

A anapolina Camila Gomes é uma dessas mães, que está lutando para que a pequena Heloísa, de 01 ano, seja aceita em uma das unidades do município. Porém, o registro da neném segue parado nos arquivos da Prefeitura.

Ela contou ao Portal 6 que chegou a questionar a administração com relação aos critérios adotados para a concessão das vagas que, na visão dela, não seriam justos.

“Eles falam que tem a ver com vulnerabilidade social, que dão essa preferência para quem passa mais dificuldade. Mas isso não faz o menor sentido, porque a gente vê criança que chega lá com o pai no ‘maior carrão’, mora em bairro chique, alguma coisa deve estar errada”, pontuou.

A indignação caminha em sintonia ao relato de outra mãe, que também tenta a matrícula da filha de 1 ano, mas permanece na fila de espera.

Segundo ela, que preferiu manter a identidade em anonimato, diversos pais não declaram corretamente a renda que possuem, muitas vezes como autônomos, o que os coloca em posição prioritária no momento de escolha.

“Tem pai que ganha mais que R$ 4 mil, mas fala que não está ganhando tanto, não tem carteira assinada e acaba conseguindo vaga. Eu, por exemplo, sou carteira assinada, ganho um salário mínimo e cuido da casa inteira, mas aí na hora vão lá e escolhem o outro. Como isso é justo?”, questionou a genitora.

Em mais um relato concedido à reportagem, uma mãe, que também optou por não ter o nome divulgado, afirmou estar tentando matricular a filha, de 05 anos, em uma turma de Infantil V.

Porém, até esta terça-feira (23), a situação da pequena constava no sistema apenas como “processada – em fila de espera”. A responsável afirmou que nem sequer a posição foi revelada pela Secretaria de Educação de Anápolis.

Situação da fila de espera permanece idêntica para diversas crianças. (Foto: Reprodução)

“Na hora de cadastrar, eles pedem duas instituições de preferência para a gente marcar, daí eu coloquei as mais perto de casa, mas mesmo assim, se não desse vagas, eu aceitava qualquer outra, não importa”, contou.

Mãe de outras duas garotas, a denunciante não dispõe de condução própria, porém, apesar disso, afirmou que não teria problemas em andar a distância que fosse para deixar as meninas na escola.

“O importante é estudar, se eu tiver que andar meia hora para ir e meia hora para voltar não importa, eu só quero que minhas meninas estudem”, lamentou.

O Portal 6 buscou contato com a Prefeitura, para saber mais detalhes sobre o andamento da lista de espera para os CMEI’s, além de esclarecimentos sobre o método de definição das vagas.

Entretanto, mais uma vez, nenhum retorno foi fornecido pela assessoria do Centro Administrativo.

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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