Porteira do Brasil Central: Rio Verde é a menina dos olhos de investidores

Município cresce em um ritmo três vezes maior que nacional

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Porteira do Brasil Central: Rio Verde é a menina dos olhos de investidores
Vista aérea da cidade de Rio Verde. (Foto: Reprodução/Tecnoshow)

Rio Verde tem se tornado cada vez mais um ‘player’ da economia goiana. Nos últimos anos, o crescimento exponencial fez com que chegasse a ser a 4ª maior economia do estado, isso em meio a um grande ciclo econômico que promete turbinar a cidade, de acordo com o economista Maurício Faganelo.

Ao Portal 6, o especialista apontou que Rio Verde vive um novo capítulo do desenvolvimento: a Ferrovia Norte-Sul.

Outros dois pontos considerados fundamentais para a formação da cidade que cresce a passos largos foi a criação da Cooperativa Comigo, ainda na década de 1970 e, outro ciclo, a instalação da BRF – empresa com mais de 7 mil colaboradores e considerada chamariz para a chegada de uma gama de pequenas e médias empresas na região.

Ainda na roda de conversa de investidores, está no radar a probabilidade da cidade de 240 mil habitantes, conforme Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ganhe um novo shopping center e uma montadora de veículos.  A ideia vai ao encontro de um Produto Interno Bruto (PIB) per capta de quase R$ 50 mil.

Os sinais do crescimento são sentidos, por exemplo, com a chegada de grandes empresas e investimentos, como a instalação da gigante Bayer, em maio de 2023, quando inaugurou a primeira loja física do mundo para atender a demanda por soluções de sementes e biotecnologia.

Em dezembro de 2023, o Governo de Goiás anunciou o investimento de R$ 132 milhões do Fundo Estadual na duplicação da GO-210, ainda no perímetro urbano da cidade. “Isso vai trazer o desenvolvimento de outro eixo, que é Rio Verde-Uberlândia (MG). A porteira do Brasil Central é Rio Verde”.

Ambos incrementos refletem e contribuem para a expansão do principal motor econômico de Rio Verde: o agronegócio.

“Rio Verde tem crescido numa média de 2,8% ao ano, enquanto o Brasil tem crescido 0,8% ou 0,9%. Rio Verde, em  população, cresce três vezes mais que o resto do país. Isso porque o cenário econômico tem sido muito produtivo, impulsionado por milho e soja, carne suína, de aves e bovina”, destacou Maurício.

“Sem dúvida, é a principal cidade do agrotec em Goiás”, disse o especialista, que afirmou receber contato de uma embaixada do Leste Europeu, interessada em firmar negócios no ramo de agricultura no município.

Segundo o economista, com o agronegócio como o grande gerador de riqueza, diversos outros setores são puxados e fazem alavancar a economia:  como o setor de transportes e logística, a indústria de alimentos, área médica e comércio e serviços.

Neste cenário, Maurício prospecta que o município se torne “a nova Uberlândia (MG), mas com qualidade de vida de Maringá (PR)”.

Gargalos

Em meio ao potencial de crescimento, a cidade ainda enfrenta uma série de desafios, como o custo de vida alto e a falta de mão de obra qualificada para acompanhar os avanços acima do nível nacional no setor agropecuário. De acordo com o economista, embora não seja uma questão urgente nos dias atuais, pode vir a impactar o município.

Além disso, a infraestrutura representa um sério problema. “O principal gargalo é a energia, assim como as rodovias. Não sabemos se vai privatizar e nem quando”.

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