Empresas de transportes buscam contratar mais caminhoneiras em Goiás

Empresários apontam que condutoras são mais responsáveis e cuidadosas com equipamentos

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Drogas recreativas e inibidores de apetite constam no exame (Foto: Divulgação/Goinfra)Empresas de transportes buscam contratar mais caminhoneiras em Goiás
Drogas recreativas e inibidores de apetite constam no exame (Foto: Divulgação/Goinfra)

Assim como vem sendo notado na construção civil, mulheres ocupam cada vez mais os setores tradicionalmente masculinos, como é o caso do transporte. Para além de carros de aplicativos, o mercado se mostra aberto às caminhoneiras, embora com algumas dificuldades.

“Hoje, realmente, a gente tem visto a abertura de espaço para a mulher”, apontou o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag), Maione Padeiro, ao Portal 6.

De acordo com o representante da associação que conta com dois polos de logística, é comum ouvir relatos de empresários que atestam maior responsabilidade, pontualidade e zelo com equipamento entre as motoristas.

À reportagem, o gerente de logística da Trans Henry, Lucas Henry, apontou uma explicação para a presença feminina é a falta de mão de obra no mercado de transportes, e, com isso, as mulheres estão aproveitando a abertura, apesar dos aspectos considerados fora da curva. “É um ramo que tem particularidades negativas, como ficar fora de casa e ter uma rotina completamente diferente em comparação com CLT em lugar fixo”, disse.

Localizada em Anápolis, o gerente Trans Henry explica que percebe o aumento de atuação feminina em uma escala nacional, e, apesar do interesse em Goiás por parte dos empresários, não há adesão das próprias condutoras. “Não recebemos currículos da parte feminina. […] Já tivemos motoristas no passado, mas hoje não”, afirmou.

Entre os requisitos para trabalhar na empresa, é preciso ter experiência mínima de 02 anos. “A necessidade de experiência pode ser um empecilho, mas existe uma série de empresas em que elas possam adquirir bagagem”.

Já em Goiânia, a proprietária da transportadora Brasil Pressa, Mônica Ribeiro, afirmou ao Portal 6 que também compartilha do interesse. Enquanto não recebe currículos para o cargo, ela relatou que a equipe de carga e descarga na empresa já conta com aproximadamente 30% de presença feminina.

“São 37 ao todo, sendo 12 mulheres. Todas foram contratadas no último ano. Elas arrumam as coisas muito bem, têm um cuidado muito maior. O que uma mulher faz é o que o homem faz, mas é com o capricho de deixar tudo organizado”, explicou.

Na empresa, não há iniciativas voltadas para estimular a entrada de mulheres. Porém, o cargo conta com salário-família, o que significa em um acréscimo para cada filho, o que pode vir a ser decisivo para mães.

Lucas Henry, por sua vez, aponta que, por não haver demanda específica, não oferece benefícios para o público feminino, mas é uma possibilidade.

“Quando surgir a demanda maior de mulheres, vamos analisar. Gostaríamos de receber mais mulheres nesse cargo”, finalizou.

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