Estudantes de Anápolis se unem para salvar colega com quadro grave de dengue

Iniciativa aconteceu após jovem ser internado com dengue hemorrágica; pessoas da cidade decidiram colaborar também

Gabriella Licia Gabriella Licia -
Estudantes de Anápolis se unem para salvar colega com quadro grave de dengue
À esquerda, está o jovem Marcelo, que segue em tratamento para se recuperar. À direita, os amigos doando sangue. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

Alunos do Colégio Núcleo, em Anápolis, se uniram em uma corrente do bem para salvar a vida do jovem Marcelo Alves Barbosa Júnior, de 19 anos, que sofreu um quadro grave de dengue hemorrágica.

Luciana Gabriella de Paula, de 43 anos, é mãe do estudante e concedeu uma entrevista ao Portal 6. Ela explicou que o filho foi levado ao hospital bastante fragilizado e os exames apontaram que as plaquetas sanguíneas estavam extremamente baixas.

A média em um adulto é entre 140 mil a 440 mil por microlitro. No entanto, a do jovem estava em 5 mil. Logo, seria necessário interná-lo em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

A grande questão é que, com o aumento significativo dos casos de dengue, há uma superlotação no sistema de saúde da cidade, o que deixou a família ainda mais angustiada.

Apesar do sangue de Marcelo ser de tipagem A+ e comumente encontrado, não havia mais bolsas no estoques, de acordo com Luciana. Foi neste momento que a mãe, preocupadíssima, decidiu buscar ajuda nas redes sociais, inclusive com Paula Tomazini, diretora do Colégio Núcleo.

A profissional contou sobre a situação aos alunos e divulgou nas redes sociais. Em um prazo de três dias, mais de 40 estudantes se mobilizaram para doar sangue e ajudar, não somente o amigo, mas a todos que necessitarem das bolsas.

O caso tomou uma proporção bem acima do esperado. “Pensei comigo, vou divulgar que precisamos de qualquer tipo sanguíneo, para ajudar todas as pessoas. Estou muito feliz, não imaginei que ia repercutir tanto”, contou Luciana.

Agora, já recebendo todo o suporte necessário, Marcelo teve uma melhora no quadro de saúde e se encontra em observação no hospital. Já os colegas, ex-alunos e até os pais dos estudantes continuam com o propósito de doar sangue.

“Juntos podemos, de verdade, mobilizar o mundo. Se soubéssemos a força, a união e a coragem que esses jovens têm, eles foram fantásticos. Marcelinho já já está de volta, mas aprendemos demais com essa experiência. Sobre amizade, sobre parceria, sobre nossas atitudes ultrapassarem os muros da escola, sobre doação, sobre empatia, sobre amar-nos uns aos outros”, disse Paula Tomazini à reportagem.

A diretora ainda reforçou que, a partir deste momento, todos os estudantes com mais de 16 anos, que forem voluntários, terão um dia específico para se unirem e doarem sangue, sempre conscientes da necessidade em ajudar o próximo.

Futuro

Marcelo Alves está estudando para o vestibular. Segundo Luciana, mãe do jovem, o filho é apaixonado por medicina e sonha em se formar para ajudar mais pessoas.

“Ele está muito emocionado pela história ter repercutido tanto e, mesmo sem querer, conseguir mobilizar tantas pessoas para ajudar quem mais estiver precisando de sangue”, disse.

No momento, ele segue em observação, passando por exames de sangue todos os dias e recebendo soro para se manter hidratado.

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