Pais, estudantes e idosos denunciam caos no principal cruzamento da Avenida São Francisco: “tem que quase morrer para atravessar”

Principais reclamações são com relação à falta de tempo para a travessia e o desrespeito dos motoristas que não utilizam a seta

Davi Galvão Davi Galvão -
Pais, estudantes e idosos denunciam caos no principal cruzamento da Avenida São Francisco: “tem que quase morrer para atravessar”
Semáforos no encontro entre as avenidas São Francisco e Pinheiro Chagas. (Foto: Davi Galvão)

Procurar a faixa de pedestre, esperar o sinal ficar vermelho, olhar para os dois lados e então atravessar. Desde criança, todos são ensinados sobre a “receita de bolo” ao se cruzar uma rua ou avenida movimentada. Porém, a tarefa não é assim tão simples em uma das principais vias de Anápolis.

Bem sabe disso quem precisa, a pé, passar pelo encontro entre as avenidas Pinheiro Chagas e São Francisco, em um cruzamento onde quatro semáforos coordenam o vai e vem dos carros.

O desafio, porém, é que quando um dos lados fecha, o outro se abre, não havendo tempo hábil para poder efetuar a travessia de forma segura, ainda que na faixa de pedestres.

A situação se torna ainda mais complexa pelo fato do local ser amplamente frequentado por estudantes de três grandes colégios do entorno.

Portal 6 esteve presente no cruzamento em questão, na tarde desta segunda-feira (08), e pôde constatar diversos adolescentes com dificuldades na hora de cruzar as avenidas.

A estudante Júlia Xavier, de 19 anos, que está se preparando para o vestibular, conhece bem o “caos” que é atravessar para o outro lado.

“Estudo por aqui desde 2019, quando eu ainda estava na escola, desde sempre foi assim. Muita gente passa aqui, especialmente depois da aula. Para ir almoçar, é um caos isso aqui, tem quase que morrer. Já é difícil por causa do tempo do sinal, aí vem os motoristas que não dão a seta quando vão virar, fica impossível”, relatou.

Região fica bastante movimentada, especialmente no horário da saída da escola. (Foto: Davi Galvão)

Mais exemplos

O mesmo vale para Ana Vitória Silva, de 14 anos, que cursa o primeiro ano do ensino médio. Acompanhada da amiga, a passos rápidos, para tentar acompanhar o ritmo do sinal, quase conseguiram atravessar, mas tiveram que parar, abruptamente, no meio do caminho, para não serem atropeladas.

“É assim direto, a gente precisa fazer esse caminho toda tarde para ir para casa, não tem uma hora certa para a gente atravessar. O sinal não dá um intervalo, quando fecha um já abre o outro, a gente tem que cronometrar certinho e às vezes parar no meio, que nem agora”, contou.

A mãe da adolescente, Fernanda Mendes da Silva, afirmou que a situação é uma preocupação diária que ela, enquanto responsável, precisa ter.

“Sempre falo para ela prestar atenção na hora de atravessar a rua, mas ali, tem que ser redobrada, triplicada, não é um semáforo normal, quem ta a pé ali é um sacrifício”, afirmou.

Atinge a todos

O problema, porém, não é exclusivo dos estudantes. Maria da Costa, de 71 anos, não costuma passar pela região e contou que, na verdade, era a primeira vez em que ela precisava passar por ali a pé. Já de cara, contou que não gostou nada da experiência.

“A gente fica preocupado com os jovens, mas pelo menos eles ainda conseguem correr, agora quem é idoso, como faz? Esse semáforo daqui, muito diferente, parece que nem pensaram que existia pedestre”, disse, enquanto atravessava, a passos lentos, pela faixa.

Maria da Costa, de 71 anos, também relatou achar bastante desafiador a travessia. (Foto: Davi Galvão)

Portal 6 buscou a Prefeitura de Anápolis, para tentar entender melhor como funciona a dinâmica do sinaleiro e se seria possível realizar alguma mudança. Porém, mais uma vez, a administração pública optou por não responder.

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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