Pacientes em Anápolis enfrentam via-crúcis para atendimento especializado na rede pública
Ao Portal 6, moradores relataram dificuldades e demora para conseguir realizar exames de urgência no município
A saúde pública em Anápolis tem se tornado cada vez mais complicada para aqueles que não conseguem arcar com consultas, exames e procedimentos na rede particular. Isso porque os cidadãos têm enfrentado grande período de espera para conseguir o acesso a especialistas.
Ao Portal 6, uma moradora da cidade, que preferiu não ser identificada, contou que está gestante de 17 semanas, e foi fazer uma consulta de pré-natal.
Mas devido a alterações encontradas, foi solicitada uma nova bateria de exames, os quais ela buscou o Zap da Prefeitura para agendá-los com urgência.
No entanto, ela foi informada apenas que ‘no momento, não há vagas para o procedimento de exames laboratoriais’ e passou mais de uma semana até que conseguisse marcar uma data.
Porém, os exames foram marcados muito ‘em cima da hora’ para a consulta de retorno com o médico. “Não vai dar tempo de levar os resultados para ele. Qual o sentindo de ir consultar sem os resultados, sendo que eu preciso deles?”
Por fim, a paciente revelou estar revoltada e triste com a situação, visto que “mesmo pagando os impostos direitinho, a gente não consegue ser bem atendido”.
Casos não são isolados
Uma outra mulher, que entrou em contato com o Portal 6, destacou que foi necessária uma verdadeira “jornada” até que pudesse resolver um problema de saúde.
Tudo começou quando ela buscou a Unidade de Pronto Atendimento – Alair Mafra, situada na Vila Esperança, após sofrer fortes dores na região íntima e suspeitar de que estivesse com bartolinite (cisto nas glândulas de Bartholin).
Para tratar a situação incômoda, seria necessário a presença de um ginecologista para drenar o cisto e liberar a paciente.
No entanto, ela não conseguiu atendimento, apenas medicação e o encaminhamento para que fosse a um profissional especializado.
A mulher, que pediu anonimato, explicou que saiu do hospital e foi à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro onde mora, mas, novamente, não obteve sucesso na consulta com um especialista.
O Cais da Mulher também foi procurado pela paciente, mas ela foi informada que levaria, em média, sete dias, para conseguir o atendimento.
Por fim, ela precisou ir à Unidade de Saúde Jundiaí – Osego, e após cinco dias, conseguiu ser encaminhada à Santa Casa, onde pôde finalmente realizar o procedimento de drenagem e aliviar as dores.
“É muito difícil. Parece que eles não querem a gente nos hospitais. Me trataram mal. Ninguém quis me atender”, desabafou.
O Portal 6 solicitou uma nota à Secretaria de Saúde de Anápolis (Semusa), para que explicasse o motivo pelos quais está acontecendo toda essa demora para o atendimento da população. Contudo, não houve retorno por parte da pasta.
*Colaborou Augusto Araújo