Nenhum fenômeno natural explica a alta absurda no preço dos tomates em Goiás, diz especialista

Levantamento do Procon mostrou uma variação de mais de 370% nos valores do produto

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Tomate foi o hortifruti com maior variação de preço segundo o Procon. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

Os adeptos de uma boa salada ou de um sanduíche natural caprichado têm se deparado com um empecilho na hora do preparo. Isso porque o preço do tomate — um dos principais ingredientes da cozinha brasileira — tem enfrentado variações exorbitantes, com o quilo custando de R$ 2,75 a R$ 12,99, em alguns casos.

Conforme um levantamento recente do Procon Goiânia, o fruto está incluso em uma lista que destaca 20 itens de hortifruti com maiores instabilidades.

Dentre estes, as cinco maiores variações de verduras estão entre 372,36% e 274,13%, lideradas pelo tomate, seguido pelo jiló, que pode ser encontrado de R$ 2,99 a R$ 13,99; quiabo (em kg) custando de R$ 2,99 a R$ 11,99; a cenoura sendo encontrada de R$ 1,99 a R$ 7,69, e, por fim, o repolho, com uma variação de 274,13%, com valores entre R$ 2,59 e R$ 9,69.

Apesar destas altas, Daniele Lima, engenheira agrônoma e extensionista do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural de Goiás (Emater-GO), ressaltou em entrevista ao Portal 6 que as motivações não possuem nenhuma ligação com questões climáticas, como já aconteceu em outras épocas.

“Geralmente, o aumento de produção é causado por chuvas, doenças e diversos fatores que podem impactar estes valores. Não é o caso deste ano, neste ano estamos com hortas muito boas, bonitas e produtivas, mas o valor infelizmente está alto”, comentou.

Segundo ela, não há uma explicação racional para as variações, em especial a do tomate, o que preocupa não só os consumidores como também os produtores.

“Acredito que seja o próprio pessoal do mercado que esteja abusando deste valor, porque, para o produtor, este preço está bem baixo para produzir. O que está motivando estas altas é uma má-fé do comerciante”, afirmou.

A especialista relembrou que já houve situações com valores tão altos quanto, como em dezembro de 2023. No entanto, naquele período, as variações foram motivadas por fatores consistentes e palpáveis.

“Isso [aumento por parte do mercado] desmotiva o produtor, mas nós precisamos deles. Temos que agradecer e incentivar a nunca parar de plantar, são eles que alimentam nossa nação, nós precisamos deles”, enfatizou.

Alternativas

Para fugir do preço salgado do tomate, Daniele sugeriu alternativas para os consumidores economizarem na hora da compra: pimentão, cenoura, abobrinha, beterraba, berinjela e pepino são algumas das recomendações que podem agradar quem procura suavizar o peso no bolso.

Ela também relembrou que existem outras possibilidades de poupar dinheiro, como comprar diretamente com os produtores.

“Temos que valorizar o preço na feira, porque talvez, na feira, diretamente com os feirantes, seja possível conseguir um valor mais acessível”, concluiu.

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