Catador é condenado a 28 anos de prisão após matar e esconder corpo de ”amigo” em cisterna

Homem vivia de favor na casa da vítima há cinco anos e tirou vida dela com pauladas

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Catador é condenado a 28 anos de prisão após matar e esconder corpo de ”amigo” em cisterna
Local onde o homem foi preso. (Foto: Jonathan Cavalcante/Rádio São Francisco)

Depois de confessar ter matado e escondido corpo em cisterna, Eudismar Inácio de Bastos, de 38 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri em Anápolis a uma pena de 28 anos, 03 meses e 13 dias de reclusão, além de 11 dias-multa.

No dia 09 de março de 2023, o catador de materiais recicláveis matou o também reciclador Jair Francisco de Matos, de 64 anos à época, após uma discussão entre os dois.

De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), o réu era amigo do idoso e vivia de favor na casa dele, no Residencial Morumbi, há cinco anos, por não ter outro lugar para morar.

No dia do crime, eles se desentenderam por motivo fútil e deram início a um embate físico. Nisso, Eudismar teria pego um ripa de madeira e aplicado vários golpes contra a cabeça de Jair, levando-o a óbito.

Em seguida, o autor jogou o corpo do idoso em uma cisterna, para esconder o crime. Entretanto, o homem teria começado a fazer comentários com amigos, se vangloriando de ter matado uma pessoa.

No primeiro momento, os colegas não levaram à sério as afirmações, pensando se tratar de uma brincadeira. Porém, conforme os dias foram passando e Jair continuava desaparecido, os conhecidos da vítima procuraram a polícia.

Dessa forma, investigadores foram até a casa onde a dupla morava e encontraram o corpo do idoso na cisterna, já em estado avançado de decomposição. Enquanto os policiais ainda estavam no recinto, Eudismar chegou ao local e confessou a autoria dos crimes.

Julgamento

Titular da 10ª Promotoria de Justiça de Anápolis, o promotor de Justiça Eliseu Antônio da Silva Belo formalizou a denúncia para que Eudismar respondesse por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

A defesa do réu pediu a absolvição do catador de recicláveis, utilizando a tese de legítima defesa, a reclassificação do crime para “lesão corporal seguida de morte” e absolvição por ter escondido o corpo. Contudo, todos os pedidos foram negados pelo Tribunal do Júri.

Além dos mais de 28 anos de pena pelos crimes, o réu terá de pagar indenização no valor de R$ 150 mil para os familiares de Jair.

Eudismar já estava preso e deverá cumprir a pena em regime inicialmente fechado, sem autorização para recorrer da sentença em liberdade.

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