Influenciadores de Goiânia e Anápolis são investigados por ensinar seguidores a contrabandear eletrônicos

Influenciadores ostentavam vida de luxo com dinheiro obtido por organização criminosa que pode ter gerado prejuízo de R$ 80 milhões aos cofres públicos

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Influenciadores de Goiânia e Anápolis são investigados por ensinar seguidores a contrabandear eletrônicos
Grupo ostentava vida de luxo obtida por meio de lucro com contrabando de produtos. (Fotos: Divulgação/PF)

A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação “Hidden Circuit” nesta quinta-feira (28) contra uma organização criminosa, composta por “coaches” que ensinavam os seguidores a fazerem importações clandestinas de eletrônicos sem pagar impostos.

O grupo atuava nas cidades de Goiânia e Anápolis em Goiás, além de também Palmas (TO), Manaus (AM) e Confresa (MT), realizando o transporte, depósito e comercialização dos produtos, vindos do Paraguai.

Só de mercadorias apreendidas em fases anteriores da operação, já se contabiliza o montante de R$ 10 milhões.

A quadrilha possuía divisão de tarefas especializadas entre os membros, contando inclusive com empresas para fazer movimentações financeiras milionárias, por meio de criptomoedas, de forma a realizar a lavagem do dinheiro.

Segundo a Receita Federal, o prejuízo aos cofres públicos causado por essas transferências pode chegar ao valor de R$ 80 milhões por ano em tributos sonegados.

Influenciadores digitais

Além do comércio ilegal, alguns “coaches,” que atuavam nas redes sociais como “especialistas” na importação de eletrônicos, também são alvos da Hidden Circuit.

Os influenciadores ministravam cursos e ensinavam os usuários a realizar a compra clandestina dos produtos sem recolhimento de impostos. Além disso, também orientavam as pessoas sobre o que fazer para se ocultar das autoridades estatais.

Esses coaches também se aproveitavam das quantias adquiridas de forma ilegal para ostentar uma vida de luxo na internet, com postagens de viagens e de carros importados.

Os investigados irão responder pelos crimes de descaminho, organização criminosa, evasão de divisas, incitação ao crime e lavagem de dinheiro.

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