Centro de Quimbanda gera polêmica em Anápolis com “oração ao Diabo”; líder do templo denuncia perseguição

Centro religioso está prestes a completar um ano de portas abertas na cidade

Davi Galvão Davi Galvão -
Fachada do templo dos Ossos, centro religioso de quimbanda, em Anápolis. (Foto: Redes Sociais)
Fachada do templo dos Ossos, centro religioso de quimbanda, em Anápolis. (Foto: Redes Sociais)

Um centro religioso de quimbanda de Anápolis vem gerando comentários polêmicos nas redes sociais, muito pelo contraste entre os elementos da religião de matriz africana com o status quo majoritariamente evangélico e católico da cidade.

Em um vídeo, que circula nas redes sociais, é possível ver a fachada do Templo dos Ossos, localizado na Avenida Pedro Ludovico, que ostenta os dizeres “Salve o Diabo nada mais” [sic].

Ainda na frente do centro, é possível ver diversas cruzes viradas de ponta-cabeça.

Em comentários, internautas se dividiram entre os que condenavam as frases e símbolos e outros que defendiam a liberdade de credo de cada indivíduo, pontuando que a mesma indignação não é vista com elementos tradicionais da cultura cristã, muitos presentes na cidade.

“Nós como cristãos devemos cuidar da vida do nosso irmão, sim. Mas de que maneira pregando para ele a palavra de Deus me mostrando para ele que esse caminho aí que é o diabo não dá em nada”, disse um.

“Cada um com sua crença respeita e obrigação de cada um de nós todos nós temos direto de escolher nossos caminhos e fazer novas escolhas que Deus nos abençoe”, ponderou outra.

Com a palavra, Mametu Maria

Em entrevista ao Portal 6, Maria Eduarda Santos, a Mametu Maria,  se identificou como atual dirigente do Templo dos Ossos, aberto já há quase um ano, e lamentou a perseguição que vem sofrendo na cidade.

Mametu Maria é responsável pelo Templo dos Ossos. (Foto: Redes Sociais)

Mametu Maria é responsável pelo Templo dos Ossos. (Foto: Redes Sociais)

Na última semana, inclusive, câmeras de segurança em frente ao templo registraram o momento em que um casal passa na frente do local e arranca as cruzes invertidas fixadas na entrada. Maria afirmou que o ato de vandalismo estragou a tintura dos barris decorativos, acarretando prejuízo financeiro.

Casal foi flagrado vandalizando centro religioso. (Foto: Arquivo Pessoal)

Casal foi flagrado vandalizando centro religioso. (Foto: Arquivo Pessoal)

À reportagem, ela explicou que atos hostis contra a quimbanda não são incomuns, muito por conta do contraste do segmento religioso com outras.

“Para mim, esses atos de desrespeito apenas reforçam o que eu já acredito e o que a quimbanda prega, que o simples ato de resistir já nos coloca em uma posição mau vista”, disse.

Ela explicou, também, que a quimbanda nada mais é do que uma tradição religiosa que se desenvolveu a partir da Umbanda, mas com foco maior em entidades como Exu e Pombagira. O segmento costuma lidar com questões de justiça, desejos terrenos, trabalhos espirituais e rituais de poder pessoal.

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