Centro de Quimbanda gera polêmica em Anápolis com “oração ao Diabo”; líder do templo denuncia perseguição
Centro religioso está prestes a completar um ano de portas abertas na cidade


Um centro religioso de quimbanda de Anápolis vem gerando comentários polêmicos nas redes sociais, muito pelo contraste entre os elementos da religião de matriz africana com o status quo majoritariamente evangélico e católico da cidade.
Em um vídeo, que circula nas redes sociais, é possível ver a fachada do Templo dos Ossos, localizado na Avenida Pedro Ludovico, que ostenta os dizeres “Salve o Diabo nada mais” [sic].
Ainda na frente do centro, é possível ver diversas cruzes viradas de ponta-cabeça.
Em comentários, internautas se dividiram entre os que condenavam as frases e símbolos e outros que defendiam a liberdade de credo de cada indivíduo, pontuando que a mesma indignação não é vista com elementos tradicionais da cultura cristã, muitos presentes na cidade.
“Nós como cristãos devemos cuidar da vida do nosso irmão, sim. Mas de que maneira pregando para ele a palavra de Deus me mostrando para ele que esse caminho aí que é o diabo não dá em nada”, disse um.
“Cada um com sua crença respeita e obrigação de cada um de nós todos nós temos direto de escolher nossos caminhos e fazer novas escolhas que Deus nos abençoe”, ponderou outra.
Com a palavra, Mametu Maria
Em entrevista ao Portal 6, Maria Eduarda Santos, a Mametu Maria, se identificou como atual dirigente do Templo dos Ossos, aberto já há quase um ano, e lamentou a perseguição que vem sofrendo na cidade.

Mametu Maria é responsável pelo Templo dos Ossos. (Foto: Redes Sociais)
Na última semana, inclusive, câmeras de segurança em frente ao templo registraram o momento em que um casal passa na frente do local e arranca as cruzes invertidas fixadas na entrada. Maria afirmou que o ato de vandalismo estragou a tintura dos barris decorativos, acarretando prejuízo financeiro.

Casal foi flagrado vandalizando centro religioso. (Foto: Arquivo Pessoal)
À reportagem, ela explicou que atos hostis contra a quimbanda não são incomuns, muito por conta do contraste do segmento religioso com outras.
“Para mim, esses atos de desrespeito apenas reforçam o que eu já acredito e o que a quimbanda prega, que o simples ato de resistir já nos coloca em uma posição mau vista”, disse.
Ela explicou, também, que a quimbanda nada mais é do que uma tradição religiosa que se desenvolveu a partir da Umbanda, mas com foco maior em entidades como Exu e Pombagira. O segmento costuma lidar com questões de justiça, desejos terrenos, trabalhos espirituais e rituais de poder pessoal.
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