Revolução no transporte coletivo de Goiânia também deveria inspirar Anápolis
Diferentemente das duas cidades, na "manchester goiania" os moradores que “andam de ônibus” o fazem por falta de opção

Enquanto Goiânia vive uma verdadeira revolução em seu transporte coletivo, com investimentos que chegam a meio bilhão de reais, frota renovada com ônibus elétricos, terminais modernos e uma tarifa congelada há seis anos em R$ 4,30, a realidade em Anápolis segue um caminho oposto e preocupante.
A modernização vista na capital, que inclui tecnologias como BRT e reconhecimento facial, serve como um espelho do que poderia ser feito, mas expõe um abismo na qualidade do serviço oferecido aos anapolinos, que se sentem cada vez mais abandonados por um sistema precário e ineficiente.
Diferentemente do que ocorre na capital, onde as melhorias buscam atrair passageiros, em Anápolis, os moradores parecem utilizar o transporte coletivo apenas por falta de alternativa. Quem tem a possibilidade, não hesita em recorrer a meios próprios, como carros e motos, ou a motoristas de aplicativo para se locomover.
A frota sucateada, as linhas insuficientes e a má conservação dos veículos transformam a experiência diária em um teste de paciência, afastando o usuário e tornando o sistema um ciclo vicioso de queda na demanda e na qualidade.
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A raiz do problema em Anápolis é profunda e complexa, resultando em uma das tarifas mais caras do país, que atualmente chega a R$ 6.
Sem subsídios públicos significativos, como os que viabilizam a tarifa acessível em Goiânia, o custo do sistema recai quase que inteiramente sobre os ombros do passageiro pagante.
A situação é agravada pelo excesso de gratuidades, que, sem a devida contrapartida do poder público, onera ainda mais a passagem e perpetua um serviço que, em vez de solução, se tornou parte do problema de mobilidade urbana na cidade.