Projeto ferroviário em Anápolis avança fora das normas e pode aumentar risco de acidentes, alerta especialista
Trajeto traçado invade área pública e contraria parâmetros de segurança

Um projeto de passagem em nível para cruzamento da ferrovia Centro-Atlântica, ligando ao Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), avança sem atender às normas da ABNT NBR 15680, que exige distância mínima de 1,5 km entre passagens destinadas a veículos.
Apresentado pela empresa Aurora Eadi e aprovado pela operadora VLI, o traçado proposto está dentro da área de influência de outro cruzamento já existente, o que contraria parâmetros de segurança e até os manuais internos da própria concessionária.
Além da irregularidade técnica, o projeto invade área verde pública sob domínio da Codego, sem licenciamento ambiental claro ou comprovação de estudo de impacto viário. A Aurora já havia sido questionada por abrir uma via de acesso a um terreno sem autorização do poder público.
Especialistas alertam que a duplicação de passagens em nível aumenta o risco de colisões e bloqueios. Segundo o engenheiro Marcos Aires, o modelo mais seguro seria o desnível entre rodovia e ferrovia, por meio de viadutos ou túneis. “Quando se cria uma passagem próxima à outra, cresce a chance de erro humano e acidentes graves”, explica.
Na semana passada, dois veículos colidiram com um trem parado na GO-330, justamente em um ponto de cruzamento ferroviário.