Vendedor que morreu após lutar contra o câncer em Anápolis é lembrado pelo amor à família e pela disciplina

Amigo de Tadeu Gonçalves contou ao Portal 6 que ele enfrentava o diagnóstico com vários planos para o futuro

Natália Sezil Natália Sezil -
Tadeu Gonçalves tinha 34 anos.
Tadeu Gonçalves tinha 34 anos. (Foto: Reprodução/Vakinha e Arquivo pessoal)

Pai amoroso, cuidadoso no trabalho e uma pessoa muito disciplinada: características que foram lembradas, em meio a tantas outras, no velório em que amigos e familiares se despediram de Tadeu Gonçalves, em Anápolis, na madrugada desta quarta-feira (29).

Tadeu faleceu na tarde de terça-feira (28), aos 34 anos, poucos dias antes do aniversário dele e da filha. Completaria 35 no dia 10 de novembro, enquanto a pequena celebraria três anos no dia 11. Comemorariam juntos no dia 15.

Diagnosticado com câncer em abril deste ano, o vendedor travava essa luta com esperança e vários planos já traçados para o futuro. Ele já havia passado pela quimioterapia e pela radioterapia e estava em casa – mas, com a imunidade baixa, precisou voltar ao hospital no domingo (26).

Rafael Melo contou ao Portal 6: “ele pegou uma pneumonia e não resistiu. E foi tudo muito rápido”. Amigo de Tadeu há 18 anos, o analista de sistemas o acompanhou durante várias fases da vida e esteve presente até o momento de despedida.

Apesar de toda a luta contra a doença, Tadeu é lembrado pela resiliência e pela gratidão. Tinha um grupo de mensagens com amigos, inclusive, cujo nome fazia alusão justamente a essa qualidade: “Gratos”.

Rafael conta que, por meio desse canal de comunicação, o vendedor compartilhava momentos de reflexão e mantinha a alegria, mesmo em meio às adversidades.

À esquerda, Rafael Melo. À direita, Tadeu Gonçalves.

À esquerda, Rafael Melo. À direita, Tadeu Gonçalves. (Foto: Arquivo pessoal)

“Depois que ele pegou o exame, quando viu que era câncer, acho que mudou também a chave na cabeça dele”. “Às vezes, quando estava com falta de ar, ele usava alguma máscara, alguma coisa que tinha que tomar diariamente. Aí postava e ainda mandava para a gente refletir: ‘já agradeceu por estar respirando hoje?’.”

Por meio de uma vakinha, criada no final de abril, o próprio Tadeu escreveu: “acredito profundamente que essa fase é só uma parte da minha história — temporária. Tenho fé na cura e sigo lutando com todas as forças, porque quero ver minha filha crescer, estar presente em cada passo dela”.

Sempre bem acolhido

Rafael descreve que o amigo se conectava com os clientes no trabalho. Tinha uma banca de conserto de óculos próximo à Praça Bom Jesus, no Centro de Anápolis, onde também vendia revistas, jornais e livros de cruzadinhas.

“Ele tinha uma atenção especial com essas pessoas, esse cuidado com o pessoal”. O cuidado parece ter sido retribuído: uma corrente de oração estava marcada para acontecer às 19h30 desta terça-feira (28), em frente à Santa Casa.

“Era o que a gente podia fazer”, conta o amigo. Tadeu faleceu poucas horas antes do encontro. “Mesmo assim, todo mundo foi para fazer a homenagem. Ficaram lá até mais tarde, até 21h30, 22h”.

O analista de sistemas relata que a mãe do vendedor ficou perto do filho durante todo o velório – o que se tornou uma cena tocante: “não saiu nem um minuto, foi muito comovente”, diz.

Como recado final, Rafael recorda: “é um momento que é complicado demais. Então, assim, todo mundo tinha que ver a alegria dele, ver como é que ele estava. E tentar se cuidar”.

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Natália Sezil

Natália Sezil

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás, é estagiária do Portal 6 e atua na cobertura do cotidiano. Apaixonada por boas histórias, gosta de ouvir as pessoas, entender contextos e transformar relatos em narrativas que informam e conectam o público.

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