Polícia Civil instaura inquérito para investigar tentativa de assassinato de marido de vereadora em Ceres

Parlamentar explicou ao Portal 6 o que gerou a reação e por que pediu que o esposo corresse

Natália Sezil Natália Sezil -
Juliana Silveira (DC), vereadora de Ceres.
Juliana Silveira (DC), vereadora de Ceres. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A Polícia Civil (PC) já instaurou um inquérito policial e investiga a tentativa de homicídio registrado ao marido de Juliana Silveira (DC), vereadora de Ceres, na noite deste domingo (16).

Isso significa que a PC deve se aprofundar no que ocorreu e no que levou àquela situação. Nessa fase, a polícia encaminha as vítimas para exames periciais, ouve testemunhas e envolvidos, e colhe outros elementos comprobatórios.

Estágio posterior à Verificação de Procedência de Informação (VPI), o inquérito torna possível, por exemplo, que as autoridades determinem pela prisão preventiva do suspeito.

O homem, identificado como André Luiz e conhecido como “Negão”, fugiu de carro, tomando rumo ignorado. As forças de segurança se mobilizam para localizá-lo. O caso foi noticiado em primeira mão pelo Portal 6.

Entenda

A cena deste domingo aconteceu em um bar no povoado do Sapé, onde Juliana e o marido, Odilon Neto, passavam tempo acompanhados da filha e do genro. André Luiz teria chegado ao local visivelmente alterado e iniciado uma série de provocações contra Odilon.

A discussão teria escalado rapidamente, com André desferindo dois socos no rosto da vítima. Depois, o suspeito caminhou até o carro, sacando uma arma de fogo do porta-luvas.

Juliana teria agido nesse momento. Ela se colocou entre o atirador e o esposo – e, mesmo assim, André ainda desferiu dois disparos. A vereadora conseguiu agarrá-lo e derrubá-lo, evitando que os tiros atingissem Odilon.

Enquanto a vereadora continha o agressor, o marido conseguiu correr e se abrigar atrás de um veículo.

A diferença entre as atitudes gerou repercussão nas redes sociais. Alguns internautas apontaram que a mulher foi corajosa, enquanto o homem teria fugido para se esconder.

“Parabéns à mulher que não hesitou em defender o marido, mesmo que lhe custasse a vida, enquanto o  marido se ‘escondia’ atrás de um veículo. Parabéns somente à mulher”, comentou um.

Vereadora conta o que sentiu

A parlamentar emitiu nota de esclarecimento dizendo que “é fundamental reforçar que essa conduta não deve ser reproduzida pela população. E em qualquer cenário de ameaça, a orientação é sempre acionar as forças policias competentes e não reagir”.

Ela contou ao Portal 6 que a atitude foi uma reação circunstancial, gerada pelo medo do momento, e explicou que o objetivo, na verdade, era apaziguar a situação.

“Jamais foi com agressão, porque eu também nem tinha condição de medir forças com ele. Um homem, forte, bastante alterado. Não tinha nem como”, relatou. “Eu só pensei na hora que ia acontecer uma tragédia muito grande”.

Juliana explicou que pulou na frente do suspeito e os dois caíram no chão. Ela conseguiu detê-lo por um tempo, fazendo com que a arma de fogo fosse parar longe, “mas no mesmo instante ele já levantou e pegou a arma novamente”.

A vereadora diz que ela e a família tinham acabado de chegar ao estabelecimento, que descreve como um lugar tranquilo. Não deu tempo sequer de sentar, pois André já partiu para cima de Odilon.

Juliana conta que o suspeito buscou a arma quando eles verbalizaram que iriam embora. Ela foi a primeira a ver a cena, o que motivou a reação. “Todo mundo já estava de costas para ele. Pensei ‘se eu virar as costas, o que vai acontecer? Vai matar todo mundo’.”

A parlamentar detalha que conhece o suspeito “de vista”, mas que não tem conhecimento de nenhuma desavença entre ele e o esposo dela. Isso deve ser investigado pela PC.

Questionada sobre a reação do marido, a vereadora explicou que Odilon correu a pedido dela. “O alvo era ele, a arma estava apontada para ele, não para mim, não para outra pessoa. Então eu pedi para ele correr. ‘Corre que ele vai te matar’.”

Veja a nota da vereadora:

Venho a público esclarecer os fatos relacionados ao episódio ocorrido na noite deste domingo (16) em Ceres.

A minha intervenção teve como única e imediata finalidade proteger a integridade dos meus familiares e das pessoas que estavam no local. É fundamental reforçar aqui que a minha reação foi estritamente circunstancial e só ocorreu porque possuo treinamento e experiência prévias, por ter atuado anteriormente como policial penal.

É fundamental reforçar que essa conduta não deve ser reproduzida pela população. E em qualquer cenário de ameaça, a orientação é sempre acionar as forças policias competentes e não reagir.

Reafirmo minha confiança no trabalho das autoridades encarregadas pela apuração dos fatos e agradeço a todos pelas mensagens de solidariedade, cuidado e carinho.

*Colaborou Augusto Araújo.

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Natália Sezil

Natália Sezil

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás, é estagiária do Portal 6 e atua na cobertura do cotidiano. Apaixonada por boas histórias, gosta de ouvir as pessoas, entender contextos e transformar relatos em narrativas que informam e conectam o público.

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