Números da Seduc mostram que volta às aulas presenciais obrigatórias na rede estadual surpreendem

Reflexos mais fortes da pandemia, como a evasão, só serão mensurados com o fim do ano letivo

Karina Ribeiro Karina Ribeiro -
Números da Seduc mostram que volta às aulas presenciais obrigatórias na rede estadual surpreendem
Professora leciona para alunos em sala de aula. (Foto: Divulgação/Seduc)

Uma semana após a obrigatoriedade das voltas às aulas na rede estadual de educação, apenas cerca de 2% dos alunos matriculados no ano letivo abandonaram a sala de aula. Os dados são da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e corresponde a aproximadamente 11, 6 mil estudantes de um universo de 508 mil.

No pior momento do ano, entre março e abril, esse volume chegou a atingir 25 mil alunos. Para o Portal 6, a superintendente de Organização e Atendimento Educacional da Seduc, Patrícia Coutinho, explica que foi desenvolvido um procedimento de política pública de busca ativa dos estudantes e acompanhamento permanente.

“Entrávamos em contato por telefone, WhatsApp, visita a residência e, em última instância, o Conselho Tutelar”, explica. Ao todo, 187 tutores comandaram esse procedimento em todo o estado.

Já a evasão escolar, diz, só poderá ser contabilizada em 2022 – quando conta-se o número de matriculados.

Entretanto, esse índice teve queda entre os anos de 2019 e 2020 – em plena pandemia. Segundo Patrícia, em 2019, 83,3 mil alunos evadiram a escola. Em 2020, 43,6 mil estudantes.

Mesmo não sendo a base prioritária, o kit de alimentação foi um componente para essa guinada. “A gente não deixou de dar o kit para os alunos que não estavam frequentando, mas os responsáveis tinham de buscar na unidade escolar. Nesse momento, o gestor da escola conversava e tentava estreitar mais o laço e falar da importância da permanência do aluno”, explica.

Desafios

Num universo de 508 mil estudantes com históricos estruturais e vivências diferentes, a desigualdade de aprendizado foi dilatada na rede estadual de ensino. A lupa está com maior foco no Entorno do Distrito Federal.

Falta de estrutura, desestímulo, gravidez e trabalho para compor a renda familiar estão entre os principais motivos para esse quadro. “Estamos fazendo avaliações diagnóstica e priorizando os alunos que tiveram mais dificuldades”, pontua.

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