Dono de cassinos no exterior alega ter sido forçado a transferir R$ 1 milhão em bitcoins a policiais civis de Goiás

Um agente já foi preso e a PCGO promete o afastamento dos outros dois, que ainda não foram encontrados pelas autoridades policiais do estado

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
Além das armas, os distintivos dos agentes também foram apreendidos pela Polícia Civil. (Foto: Divulgação/ PMGO)Dono de cassinos no exterior alega ter sido forçado a transferir R$ 1 milhão em bitcoins a policiais civis de Goiás
Além das armas, os distintivos dos agentes também foram apreendidos pela Polícia Civil. (Foto: Divulgação/ PMGO)

Dois policiais civis do tradicional GT 3, braço armado treinado para lidar com bandidos de alta periculosidade em Goiás, serão afastados pela instituição nesta segunda-feira (07).

Eles são suspeitos de terem sequestrado e roubado um empresário dono de cassinos no exterior, no último sábado (05), no vilarejo de São Jorge, que pertence ao município de Alto Paraíso, no Nordeste goiano.

Acompanhados de outro policial civil comparsa, a dupla teria abordado a vítima, que tem 38 anos, nas proximidades de um restaurante e determinado que ele descesse da Hilux que estava dirigindo.

Conforme o relato do empresário à Polícia Militar, os agentes portavam brasão da Polícia Federal e apontaram fuzil e metralhadora contra ele. A situação começou a ficar ainda mais estranha quando o grupo exigiu que o rapaz abrisse todos os aplicativos de contas bancárias que tinha no celular.

Sob grave ameaça, os policiais teriam então conseguido que o empresário lhes transferisse quatro bitcoins avaliados em quase R$ 1 milhão.

Ainda conforme o relato da vítima, para ser liberado, o grupo exigiu que ele enviasse mais recursos posteriormente e dissesse nomes de outras pessoas endinheiradas que também têm boas quantias da criptomoedas.

A prisão de um dos policiais civis foi efetuada por um delegado de Cristalina juntamente com militares da Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de Luziânia.

Até o momento da publicação desta reportagem, os outros dois agentes, pertencentes ao GT3, não haviam sido localizados. No entanto, o colega dele, em depoimento, confirmou todo o episódio e entregou as armas usadas no crime.

Em nota ao Portal 6, a assessoria de comunicação da Polícia Civil de Goiás (PCGO) disse que acompanha o caso desde as primeiras horas deste domingo (06) e afirmou ter acionado a Gerência de Correições e Disciplina do órgão. Leia na íntegra a seguir.

Com a palavra, a Polícia Civil de Goiás

A Polícia Civil de Goiás informa, sobre o caso da dupla de policiais integrantes da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE/GT3), que sua Gerência de Correições e Disciplina adota, desde as primeiras horas deste domingo (06), todas as providências cabíveis, de acordo com a legislação, para investigar o caso. A Gerência não se pronunciará neste momento para que as investigações não sofram intercursos mas, em momento oportuno, a sociedade será informada de mais detalhes do caso. Informamos, também, que os policiais serão recolhidos do Grupo Tático nesta segunda-feira (7). Os procedimentos serão lavrados e conduzidos até o total esclarecimento do caso.

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