Pesquisadores da UFG desenvolvem medicamentos à base de planta do cerrado para tratar vitiligo

Cremes e remédios competem com outras tecnologias no mercado sem causar efeitos colaterais

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Pesquisadores da UFG desenvolvem medicamentos à base de planta do cerrado para tratar vitiligo
Natália Deodato, participante do BBB 22 que possui vitiligo. (Foto: Reprodução).

Fruto típico do cerrado, a mama-cadela vem sendo estudada há mais de 10 anos por pesquisadores goianos para o tratamento do vitiligo. Os resultados, desde então, são positivos para os pacientes com a doença de pele.

Ao Portal 6, Mariana Cristina de Morais, de 33 anos, professora do curso de Farmácia na Faculdade Estácio de Sá, afirma que atualmente já são quatro produtos desenvolvidos.

“São cremes, géis e pomadas para uso tópico [passar em cima da pele] e os comprimidos, que são de uso oral e complementam o tratamento”.

“Os pacientes devem fazer uso diário dos medicamentos. Ele precisa aguardar 30 minutos e vai para o Sol, pois eles são acionados pela luz solar”, complementou.

Segundo a pesquisadora, a resposta é rápida e a repigmentação da área afetada pela doença é feita de dentro para fora, o que significa que as camadas mais internas da pele são afetadas primeiro e os efeitos continuam para o exterior.

Ela, que apresenta manchas de vitiligo no queixo e no pé, ainda afirmou que fez uso dos produtos durante a pesquisa e teve uma feliz confirmação. “Fiz a avaliação gradual e percebi que de fato surtiu efeito”.

Mariana Cristina de Morais é professora de Farmácia na Estácio de Sá e pesquisadora do uso da mama-cadela para tratamento do vitiligo. (Foto: Arquivo Pessoal/ Mariana Cristina de Morais).

Mariana pontua que a fórmula dos produtos ainda estão em fase de testes clínicos e não são distribuídas no mercado. Contudo, ela confirmou que “Eles podem competir de igual para igual” com outras formas de tratamento oferecidas no mercado, como a fototerapia com radiação ultravioleta do tipo B (UVB).

Este é inclusive uma vantagem dos medicamentos desenvolvidos pelos pesquisadores. Se usados corretamente, os produtos não geram efeitos colaterais ao paciente.

“As luzes UVB são as mesmas usadas em bronzeamento artificial, podem ser muito agressivas para a pele. Ela pode ocasionar queimaduras e traz muitos inconvenientes” .

“Isso pode ser evitado com a luz solar, que é natural, o paciente pode usar protetor, procurar horários alternativos de incidência de luz”, destacou.

Fruto do cerrado

Mariana Morais afirma que a pesquisa em que ela participa, coordenada pelo professor Edemilson Cardoso da Conceição, da Universidade Federal de Goiás (UFG) é uma alternativa mais acessível e natural para os pacientes.

“A gente escolheu a mama-cadela pois já se tinha conhecimento tradicional, em que as pessoas usavam o chá da planta para repigmentar a pele. A partir disso, fizemos um estudo científico para verificar porque a planta era usada”.

A professora de Farmácia apontou que, ao longo dos estudos, foi localizada a substância que, extraída de dentro do vegetal, causa a repigmentação.

“Agora, usando os produtos da forma correta, os pacientes podem reduzir as manchas e podem até a chegar a um tratamento completo”, destacou.

Vitiligo

A doença de pele ainda não possui uma causa comprovada cientificamente. Segundo diferentes estudos, ela pode ser desenvolvida tanto por doença autoimune, genética e até mesmo estresse.

O vitiligo proporciona a perda de pigmentação em algumas áreas da pele, ocasionando manchas brancas irregulares no paciente.

Um caso famoso que está em evidência no Brasil atualmente é a modelo Natália Deodato, participante do Big Brother Brasil 22.

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